sexta-feira, 24 de maio de 2013

Jornais, jornalistas e o tempo ruim


Os últimos meses têm sido trágicos para os jornalistas de São Paulo.
No fim de 2012 o Jornal da Tarde fechou as portas.
Meses depois, o Estadão demitiu dezenas.
O Brasil Econômico bandeou-se para o Rio e a sua redação paulista praticamente desapareceu.
Na quinta-feira, 23, o Valor mandou para a rua mais algumas dezenas de profissionais.
Os boatos de que a Folha também alimenta o temível passaralho são fortes.
Há uma crise profunda, imensa, na indústria jornalística brasileira.
As causas podem ser várias - má gestão, mau jornalismo, cansaço do modelo impresso, falta de visão estratégica.
Do jeito como as coisas estão indo, em poucos anos o jornal impresso desaparecerá no Brasil.
Títulos como os que hoje dominam o mercado, estabelecidos há décadas, em breve serão apenas  lembranças dos mais nostálgicos, leitores ou jornalistas.
O mais grave de tudo é o fato de que as empresas não sabem direito para onde ir.
É incrível, mas ainda não perceberam que a internet não é mais o futuro, é o presente, a realidade.
Nenhum jovem, nenhum adolescente, lê jornal impresso - muitos nem sabem o que é isso.
A geração atual nasceu com  a internet, vive a internet, é a internet, com seus smartphones e seus tabletes.
A informação se propaga instantaneamente na rede, gratuita, impossível de ser regulada, censurada ou domada.
O público substitui o editor, é ele quem escolhe o que ler, onde e quando.
Não há mais intermediários.
O jornal impresso, a cada minuto, a cada segundo que passa, se torna mais obsoleto, uma excrescência sem nenhum sentido.
Afinal, qual a lógica de publicar notícias que todos já cansaram de comentar no dia anterior?
Quem vai perder tempo em ler coisas já conhecidas, assuntos velhos, fofocas batidas?
E ainda pagar por isso?
Este tem sido um péssimo ano para os jornalistas, mas eles pelo menos sabem disso.
Os patrões, pelo visto, nem têm consciência de que seu negócio está agonizando.

6 comentários:

  1. Os patrões (?) não têm essa consciência nem desconfiam de que podem tentar alternativas. Qualidade versus quantidade: profundidade versus rapidez. Esse deveria ser o novo jornal impresso. O rádio não morreu quando a tv surgiu. E o livro de papel vai coexistir com o digital. Mas é preciso ter competência para saber se reinventar. Esse é o problema.

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  2. a missão dos jornais - http://articulaconfins.com.br/a-missao-dos-jornais/

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  3. um pouco de informação sobre o seu tema:
    1- o novo ecossistema da informação, comunicação e articulação da sociedade > http://articulaconfins.com.br/o-novo-ecossistema-da-informacao-comunicacao-e-articulacao-da-sociedade/
    2- a missão dos jornais > http://articulaconfins.com.br/a-missao-dos-jornais/
    3 - jornal dos confins > www.jornaldosconfins.com.br

    cordiais saudações

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  4. A verdade é que ninguém sabe qual o caminho para os jornais. As pessoas conseguem informação e debate na internet, mas isso não dá dinheiro. E os jornais, ao reduzir a qualidade e o espaço, vão ficando mais parecidos com a internet, em vez de se diferenciar e tentar aprofundar mais os assuntos ou servir de referencial para as pessoas do que é mais relevante. Mas mesmo que encontrem a fórmula de cativar o público, ainda vão ter de migrar para a cultura da internet, buscando nichos e pessoas que queiram ler o que eles escrevem. Até porque o nível de leitura no Brasil é baixíssimo. Somos uma elite da elite, infelizmente.

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  5. Dado o excelente artigo, e só no sentido de, graciosamente, AJUDA-LOS A ACHAREM O CAMINHO A SEGUIR, a partir da afirmação verdadeira:
    "...O mais grave de tudo é o fato de que as empresas não sabem direito para onde ir...".
    Indicamos alguns:
    Pegando a estrada à sua CENTRO DIREITA, Vai dar no COLO DO CAPETA;
    Pegando a rua à sua DIREITA, irá dar no meio do inferno;
    Ou,
    Pegando a viela da EXTREMA DIREITA, irá dar na pu.. que os pariu.
    Pronto, caminhos indicados, eles escolhem. (H.Pires)

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  6. Noblat há muito fala a coisa certa "Não me falem de coisa que eu já conheço. Podem até me falar mas, com mais profundidade, acrescentando algo que eu não saiba" Jornal impresso é documento e pode servir de prova testemunhal, em cartório ou em juizo. Seu valor ainda é inestimável...

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