sexta-feira, 17 de junho de 2011

O freguês nunca tem razão


Quando até a própria agência criada para defender os interesses dos consumidores diz que não tem muito o que fazer quando sua fiscalizada executa mal e porcamente o serviço, caso recente envolvendo a Aneel e a Eletropaulo, a situação do público se torna ainda mais frágil do que já é.
O fato é que, apesar do Código do Consumidor não ter sido ainda revogado, grandes, médias e pequenas empresas continuam fazendo o que bem entendem. Aproveitam-se das dificuldades do consumidor comum para ir atrás de seus direitos e descumprem as mais básicas regras do relacionamento com seus clientes.
Um exemplo prosaico, porém elucidativo, de como as empresas procedem: ontem, os canais italiano, francês, alemão e espanhol que sempre tive na Net, haviam desaparecido. A empresa simplesmente resolveu que eles não faziam mais parte do pacote que assino. Nem se importaram em pelo menos avisar que iriam tirá-los do ar, ou dar uma desculpa esfarrapada qualquer para a medida. Foi preciso ameaçar cancelar o serviço para que a simpática atendente prometesse religar os canais. Vamos ver...
Outro exemplo: a compra do Magazine Luiza chega em casa sem nenhum papel de garantia, sem o endereço do seu fabricante, nem a relação da assistência técnica. Nada, nem um mísero telefone de contato.
Claro que perto do que a Eletropaulo faz com seus consumidores os dois exemplos são fichinha. Mas é justamente por meio dessas pequenas coisas que se percebe a precariedade das relações de consumo no Brasil. Normas banais, que deveriam estar há muito incorporados na cultura das empresas, são solenemente desprezadas, dando a impressão de que para essas corporações o consumidor é um idiota qualquer ao qual elas fazem um enorme favor em atender.
Os serviços de atendimento ao consumidor, que na teoria funcionariam como um canal para resolver a maior parte dos problemas, estão aí apenas pro-forma, para cumprir a lei, não servem para nada.
Resta apenas para quem é mal atendido, ou se sente ludibriado de alguma forma, aplicar a mais severa das sanções que o capitalismo impõe aos seus filhos: preferir o concorrente.
Isso só é possível, porém, quando existe esse concorrente. Infelizmente, no caso dos apagões da Eletropaulo, não há muito a fazer. A não ser reclamar, reclamar e reclamar.

2 comentários:

  1. Os apagões são a herança deixada por FHC et caterva aos brasileiros . Agóra , o governo devia tomar de volta estas empresas que insistem em tratar os consumidores como refens , más se faz isso o PIG começa a cantar a velha ladainha da estatização .

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  2. Seria possível um cidadão comun ou uma entidade acionar a justiça para que a Eletropaulo cumpra suas obrigações ou tomar a concessão de volta baseado na clausula do contrato que permite tal medida ?

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