quinta-feira, 16 de junho de 2011

Os números não mentem...


Depois de ver nesses últimos dias sinais inequívocos de que o Brasil real, esse que vive à margem das notícias dos jornalões, dos escândalos da Corte e dos desejos dos iluminados, vai muito bem, obrigado, resolvi dar uma busca na internet à caça de subsídios mais acadêmicos à minha modestíssima tese.
E não é que encontrei, de cara, quase sem esforço, dois textos fresquinhos, cheios de números, um da Agência Brasil e outro da  Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias, que iam justamente de encontro às observações de minha percepção sensorial?
O primeiro dizia que a atividade econômica brasileira cresceu 3,94% no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com igual período de 2010, dados do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período). Em 12 meses encerrados em abril, a alta foi 5,76%.
Em abril, o índice ficou em 143,60 pontos, contra 142,97 pontos em março, um crescimento de 0,44%. Em relação a abril de 2010 (138,20 pontos), houve alta de 3,91%. O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora e sintetiza informações sobre o nível da atividade dos setores da economia, como indústria, comércio, agropecuária e serviços.
O segundo texto é referente ao índice ABCR de atividade, que mede o fluxo de veículos nas estradas pedagiadas e é produzido pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias em conjunto com a Tendências Consultoria. O referente a maio caiu 1,4% em comparação com o mês anterior, com ajustes sazonais, mas em relação ao mesmo mês do ano passado apresentou elevação de 6,0%. O fluxo de veículos pesados cresceu 7,7% e o de leves apresentou alta de 5,5%. Nos últimos 12 meses (acumulado de junho de 2010 a maio de 2011 sobre junho de 2009 a maio de 2010), o fluxo total teve expansão de 8,8%. Considerando essa mesma base de comparação, o fluxo de leves cresceu 8,5% e o de pesados, 9,9%.
O economista responsável pelo índice, Juan Jensen, explicou que "em maio, veículos leves e pesados mostraram comportamentos bastante diferentes: o que está relacionado à base de comparação alta, no caso da queda dos leves, e ao desempenho do setor agrícola, para os pesados".
O fluxo de veículos leves recuou 3,5% em relação a abril. A retração pode apontar efeitos da queda da renda do assalariado e, certamente, vem de uma base de comparação muito elevada, pois, em abril, houve o feriado prolongado de Tiradentes e o da Páscoa.
Já o fluxo de pesados cresceu 1,3% nessa mesma base de comparação. "É importante ressaltar que o bom resultado de maio está influenciado pelo Paraná, que está mais ligado à atividade agrícola e não à industrial", explicou o economista. O escoamento de soja, milho e algodão e o movimento de espera dos agricultores pelo melhor preço da safra pode ter contribuído para as altas expressivas de pesados observadas no Paraná e no Rio Grande do Sul.
Parei a minha busca por aí. Acho que não compensa perder mais tempo para constatar o óbvio: o Brasil real não está nem aí para o que os jornalões mancheteiam, ou para o que aqueles "analistas" de vozes tétricas e cavernosas profetizam.
Aliás, não foi o próprio Instituto Datafolha, grande representante do cientificismo do Brasil oficial, que constatou alta na popularidade da presidente Dilma, dias depois de vários desses "analistas" terem escrito que o seu governo, que mal começou, já havia acabado?

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