quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O outono do príncipe

A cada dia que passa, FHC dá mostras de estar irremediavelmente doente - ele sofre daquela doença que o povo, singelamente, chama de dor de cotovelo.
Ou então começa a mostrar os primeiros sinais de senilidade - esquece ou confunde fatos ocorridos num passado não tão longínquo, inventa e mistura histórias.
Hoje, o portal IG dá destaque a uma entrevista com o ex-presidente da República que se julga ainda protagonista da cena política brasileira.
Duas de suas respostas confirmam que alguma coisa anda mal no cérebro daquele que, um dia, foi chamado de o Príncipe dos Sociólogos e foi aclamado como um intelectual da mais fina cepa, quase um gênio da raça:

iG - Em 94 e 98, o senhor disputou contra ele e venceu. Aí o PSDB e o PT passaram a ter projetos irremediavelmente diferentes?
Fernando Henrique - Eu não creio que os caminhos do PSDB e do PT sejam irremediavelmente divergentes. Os projetos de poder se chocam. O PT ainda mantém a visão tradicional de que o partido e seus militantes devem ocupar a máquina pública - o estado - e a partir dele mudar a sociedade na linha do modelo mais burocrático-autoritário do que na linha mais pluralista do PSDB. Mas o governo Lula seguiu, no geral, as orientações econômicas e mesmo os programas sociais de meu governo, aprofundando alguns.
iG - Quem era o Lula que disputou contra o senhor e o de agora?
Fernando Henrique - Noutros termos, Lula de 2003 em diante, ele sim, esqueceu tudo o que pregou antes e, infelizmente, não se limitou a absorver o que de bom e de novo se fez antes dele no país, mas regrediu quanto ao clientelismo e à permissibilidade diante de práticas menos transparentes na política e na administração.

Parece que FHC vive em um mundo distante. Daria pena se o personagem em questão fosse outro. Mas com FHC a gente apenas procura ser indulgente.

2 comentários:

  1. Prezado articulista,
    Não creio que o FHC esteja de todo errado, principalmente quando fala no aparelhamento da maquina publica com militantes do PT. É simples observar que grande parte, senão a maioria, do terceiro e segundo escalão é composta de "companheiros" sem nenhuma preparo tecnico-administrativo. Só não reconhece quem não conhece o dia a dia das repartições publicas federais.

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  2. Prezado Silmário,
    FHC se esquece de dizer que os governos tucanos adotam a mesma prática de rechear os cargos públicos com seus correligionários.
    Não tenho dados precisos, mas me parece que o governo Lula, ao menos, tem realizado um número muito maior de concursos públicos que as administrações anteriores para o preenchimento desses cargos.
    Um abraço.

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