quarta-feira, 8 de junho de 2016
domingo, 17 de abril de 2016
Nada será como antes
O novo Brasil que surge nesta segunda-feira, 18 de abril de 2016, será muito diferente daquele que nos acostumamos a viver desde alguns anos atrás.
Muitos vão gostar deste Brasil novo, outros tantos, não.
As diferenças entre o velho e o novo são extremas - e tantas que não cabem neste esboço de crônica.
De qualquer forma, me despeço daquilo a que me acostumei na última década.
De ter esperança, principalmente.
Serei obrigado agora a me habituar a passar os dias carregando a indiferença característica daqueles para os quais só existe a realidade.
Como sou estritamente um ser medíocre, ponho-me no meu lugar e deixo que outros mais bravos se encarreguem de perseguir a utopia e combater os moinhos de vento.
A todos que bondosamente, numa hora ou outra, perderam alguns minutos de seu precioso tempo para ler as mal traçadas linhas destas humílimas croniquetas, deixo o meu agradecimento.
Como não tenho mais nada a dizer, recolho-me à minha insignificância.
O Brasil novo saberá perdoar a minha inação.
(Carlos Motta)
Muitos vão gostar deste Brasil novo, outros tantos, não.
As diferenças entre o velho e o novo são extremas - e tantas que não cabem neste esboço de crônica.
De qualquer forma, me despeço daquilo a que me acostumei na última década.
De ter esperança, principalmente.
Serei obrigado agora a me habituar a passar os dias carregando a indiferença característica daqueles para os quais só existe a realidade.
Como sou estritamente um ser medíocre, ponho-me no meu lugar e deixo que outros mais bravos se encarreguem de perseguir a utopia e combater os moinhos de vento.
A todos que bondosamente, numa hora ou outra, perderam alguns minutos de seu precioso tempo para ler as mal traçadas linhas destas humílimas croniquetas, deixo o meu agradecimento.
Como não tenho mais nada a dizer, recolho-me à minha insignificância.
O Brasil novo saberá perdoar a minha inação.
(Carlos Motta)
sábado, 16 de abril de 2016
Bandido tem de ser tratado como bandido
Um dos chavões da filosofia de botequim é aquele que diz que as coisas deste mundo não são apenas pretas e brancas, ou seja, que não podemos classificá-las apenas como boas ou más, certas ou erradas.
Sou meio chato, reconheço.
Não sei se consigo aceitar essa verdade.
Não sei se sou capaz de aceitar as nuances que deveriam permear os valores que carrego.
Talvez por uma falha em minha formação, ou mesmo em meu caráter, não costumo transigir em certas questões.
Safado, para mim, é safado.
No máximo aceito que alguém roube por extrema necessidade ou mate em legítima defesa.
No caso daquilo que estamos vivenciando no Brasil, este estupro da Constituição perpetrado por uma quadrilha de criminosos, não consigo enxergar uma, sequer uma, ínfima fração de justificativa para o que fazem.
O momento é tão sério que não dá para ninguém que tenha a mínima capacidade de raciocínio e dose de informação não escolher um lado e ficar em cima do muro.
Não há mais meios tons, cinzas claros ou escuros.
Se quisermos sobreviver como nação livre e independente, civilizada e democrática, com amplas possibilidades de melhorar consideravelmente a qualidade de vida do povo, diminuindo a infame desigualdade que nos envergonha perante todo o planeta, é necessário que entendamos que não dá para dialogar com bandidos, e que eles têm de ser tratados pelo que são: traidores, lesa-pátrias, vendilhões, entreguistas, corruptos em sua essência, agentes do mal.
No meu mundo não há perdão para esse tipo de gente, essa escória que contamina a espécie humana. (Carlos Motta)
Sou meio chato, reconheço.
Não sei se consigo aceitar essa verdade.
Não sei se sou capaz de aceitar as nuances que deveriam permear os valores que carrego.
Talvez por uma falha em minha formação, ou mesmo em meu caráter, não costumo transigir em certas questões.
Safado, para mim, é safado.
No máximo aceito que alguém roube por extrema necessidade ou mate em legítima defesa.
No caso daquilo que estamos vivenciando no Brasil, este estupro da Constituição perpetrado por uma quadrilha de criminosos, não consigo enxergar uma, sequer uma, ínfima fração de justificativa para o que fazem.
O momento é tão sério que não dá para ninguém que tenha a mínima capacidade de raciocínio e dose de informação não escolher um lado e ficar em cima do muro.
Não há mais meios tons, cinzas claros ou escuros.
Se quisermos sobreviver como nação livre e independente, civilizada e democrática, com amplas possibilidades de melhorar consideravelmente a qualidade de vida do povo, diminuindo a infame desigualdade que nos envergonha perante todo o planeta, é necessário que entendamos que não dá para dialogar com bandidos, e que eles têm de ser tratados pelo que são: traidores, lesa-pátrias, vendilhões, entreguistas, corruptos em sua essência, agentes do mal.
No meu mundo não há perdão para esse tipo de gente, essa escória que contamina a espécie humana. (Carlos Motta)
sexta-feira, 15 de abril de 2016
Nós brasileiros somos assim, fazer o quê?
Para uma coisa essa confusão toda serviu: mostrou o que é o Brasil, o que são os brasileiros, na realidade.
Somos um povo racista, preconceituoso, violento, ignorante das mínimas noções de cidadania e de civilidade, inculto e imbecilizado por uma mídia igualmente idiota.
Somos um povo que se espelha numa plutocracia rude, violenta e escravagista.
Somos atoleimados, burros e incapazes de elaborar um raciocínio lógico.
Preferimos acreditar no pastor da igreja da esquina, aquela que cobra dízimos para que os fieis adentrem os portões celestiais, do que em evidências factuais ou científicas.
Damos crédito a boatos e infâmias, disseminamos mentiras toscas como se fossem a expressão da mais pura e absoluta verdade.
Detestamos a corrupção - dos outros.
Adoramos levar vantagem - em tudo.
Louvamos o capital, fazemos qualquer coisa para nos exibirmos, como pavões vaidosos, aos nossos parentes, amigos, vizinhos ou colegas de trabalho.
Achamos sempre que os outros são os culpados pelos nossos fracassos.
Cultivamos com extremo zelo o cinismo e a hipocrisia.
Somos assim, fazer o quê?
É essa a nossa índole, são esses os nossos hábitos, a nossa herança - e muito provavelmente, o nosso destino.
De vez em quando surge alguém que nos lembra que o rio da história não segue indefinidamente um curso imutável, que ele pode ser alterado, que o homem é capaz de, com seu engenho, desviar seu leito para irrigar terras áridas e desertos inóspitos.
De vez em quando a gente se permite sonhar em viver num país mais justo e igualitário, no qual os homens ao menos se respeitem e respeitem a vida.
De vez em quando a gente é sacudido por pessoas que diferem da maioria não por serem especiais, mas por serem tão somente civilizadas.
De vez em quando a gente se defronta com a dignidade e se assusta por ela ser capaz de existir neste oceano de iniquidades em que estamos mergulhados - e nos afogamos.
De vez em quando a gente pensa que vai ser feliz. (Carlos Motta)
terça-feira, 12 de abril de 2016
Nossa única esperança
Nem todos os políticos são corruptos, assim como nem todos os jornalistas são covardes ou todos os médicos são comerciantes.
O mundo é colorido, não preto e branco.
Há os heróis de ocasião e os traidores fortuitos.
Há quem tenha caráter; há os pulhas, os patifes e os canalhas.
O homem é isso: multifacetado.
E por ser tal qual um mosaico, o mundo se tornou um habitat inóspito, onde a força prepondera sobre a gentileza e a estupidez suplanta a razão.
O mundo é colorido, não preto e branco.
Há os heróis de ocasião e os traidores fortuitos.
Há quem tenha caráter; há os pulhas, os patifes e os canalhas.
O homem é isso: multifacetado.
E por ser tal qual um mosaico, o mundo se tornou um habitat inóspito, onde a força prepondera sobre a gentileza e a estupidez suplanta a razão.
sábado, 9 de abril de 2016
As coisas como elas são
As coisas hoje em dia têm de ser claras, objetivas, sem frescuras.
Portanto, vamos a elas:
Coisa 1
O projeto proposto para o Brasil pelo PMDB, o tal Ponte para o Futuro, é um desastre em todos os sentidos - social, econômico, político... Ele extermina todas as conquistas que os trabalhadores tiveram nos últimos tempos, conquistas duramente obtidas. Se adotado, o Brasil volta ao período jurássico. Engana-se a classe média ao pensar que escaparia da debacle que o tal plano provocaria - ele foi concebido para favorecer apenas e tão somente os plutocratas, os endinheirados, os especuladores e financistas.
Coisa 2
A corrupção vai perdurar, não importa se acabe o governo Dilma, se o PT seja exterminado, ou se ainda mais empresários e políticos sejam presos. A corrupção nasceu com o Brasil, vai morrer com ele, pois o povo adora a corrupção, não vive sem ela, embora diga que ela é um mal. Na verdade, só a corrupção dos outros é ruim, pois prejudica a nossa.
Portanto, vamos a elas:
Coisa 1
O projeto proposto para o Brasil pelo PMDB, o tal Ponte para o Futuro, é um desastre em todos os sentidos - social, econômico, político... Ele extermina todas as conquistas que os trabalhadores tiveram nos últimos tempos, conquistas duramente obtidas. Se adotado, o Brasil volta ao período jurássico. Engana-se a classe média ao pensar que escaparia da debacle que o tal plano provocaria - ele foi concebido para favorecer apenas e tão somente os plutocratas, os endinheirados, os especuladores e financistas.
Coisa 2
A corrupção vai perdurar, não importa se acabe o governo Dilma, se o PT seja exterminado, ou se ainda mais empresários e políticos sejam presos. A corrupção nasceu com o Brasil, vai morrer com ele, pois o povo adora a corrupção, não vive sem ela, embora diga que ela é um mal. Na verdade, só a corrupção dos outros é ruim, pois prejudica a nossa.
terça-feira, 5 de abril de 2016
Quando a ficção supera a realidade
Gabriel Garcia Marquez, um dos maiores escritores de todos os tempos, dizia que um bom livro tem sempre um bom início.
O parágrafo inicial de sua obra-prima, "Cem Anos de Solidão", é um exemplo perfeito do que falou:
"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos."
Garcia Marquez, óbvio, não desenvolveu sozinho esse conceito de escrita. Fez apenas o que outros gigantes da literatura ousaram antes dele.
Como o inglês Charles Dickens, em seu "Um Conto de Duas Cidades":
"Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice. Foi a época da fé, foi a época da incredulidade. Foi a estação da luz, foi a estação das trevas. Foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós, não havia nada antes de nós. Todos íamos direto para o céu, todos íamos direto para o outro lado."
O parágrafo inicial de sua obra-prima, "Cem Anos de Solidão", é um exemplo perfeito do que falou:
"Muitos anos depois, diante do pelotão de fuzilamento, o Coronel Aureliano Buendía havia de recordar aquela tarde remota em que seu pai o levou para conhecer o gelo. Macondo era então uma aldeia de vinte casas de barro e taquara, construídas à margem de um rio de águas diáfanas que se precipitavam por um leito de pedras polidas, brancas e enormes como ovos pré-históricos. O mundo era tão recente que muitas coisas careciam de nome e para mencioná-las se precisava apontar com o dedo. Todos os anos, pelo mês de março, uma família de ciganos esfarrapados plantava a sua tenda perto da aldeia e, com um grande alvoroço de apitos e tambores, dava a conhecer os novos inventos."
Garcia Marquez, óbvio, não desenvolveu sozinho esse conceito de escrita. Fez apenas o que outros gigantes da literatura ousaram antes dele.
Como o inglês Charles Dickens, em seu "Um Conto de Duas Cidades":
"Foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos. Foi a idade da sabedoria, foi a idade da tolice. Foi a época da fé, foi a época da incredulidade. Foi a estação da luz, foi a estação das trevas. Foi a primavera da esperança, foi o inverno do desespero. Tínhamos tudo diante de nós, não havia nada antes de nós. Todos íamos direto para o céu, todos íamos direto para o outro lado."
segunda-feira, 4 de abril de 2016
Os bons conselhos dos homens de bem
O dono da CSN e do Grupo Vicunha, Benjamin Steinbruch, um dos empresários mais badalados do Brasil, foi destaque nas redes sociais nos últimos dias por ter afirmado, entre outras coisas, que é favorável a mudanças nas relações trabalhistas, hoje regidas pela CLT, a Consolidação das Leis do Trabalho.
De tudo que disse para exemplificar o mundo ideal que deseja para os assalariados brasileiros as pessoas trataram de sublinhar o exemplo que deu sobre o horário de almoço: para o empresário não tem sentido ele ser de uma hora no Brasil, enquanto nos Estados Unidos o feliz trabalhador come um sanduíche com uma mão e opera a máquina com a outra em meros 15 minutos.
Para Steinbruch, o trabalhador brasileiro, se pudesse optar por um horário como o seu colega americano teria a enorme vantagem de chegar em casa mais cedo, ou seja, poderia se dedicar mais à sua família.
É de enternecer a sua preocupação com o bem-estar da classe trabalhadora.
De tudo que disse para exemplificar o mundo ideal que deseja para os assalariados brasileiros as pessoas trataram de sublinhar o exemplo que deu sobre o horário de almoço: para o empresário não tem sentido ele ser de uma hora no Brasil, enquanto nos Estados Unidos o feliz trabalhador come um sanduíche com uma mão e opera a máquina com a outra em meros 15 minutos.
Para Steinbruch, o trabalhador brasileiro, se pudesse optar por um horário como o seu colega americano teria a enorme vantagem de chegar em casa mais cedo, ou seja, poderia se dedicar mais à sua família.
É de enternecer a sua preocupação com o bem-estar da classe trabalhadora.
sábado, 2 de abril de 2016
Cuba contra o golpismo no Brasil
A matéria abaixo foi publicada no site em português do Granma, o órgão oficial do Partido Comunista Cubano.
É mais uma amostra do quanto vem crescendo a solidariedade internacional à luta pela manutenção da democracia no Brasil e contra o golpismo que pretende afastar da presidência Dilma Rousseff, impedir a candidatura Lula em 2018 e criminalizar o Partido dos Trabalhadores.
É mais uma amostra do quanto vem crescendo a solidariedade internacional à luta pela manutenção da democracia no Brasil e contra o golpismo que pretende afastar da presidência Dilma Rousseff, impedir a candidatura Lula em 2018 e criminalizar o Partido dos Trabalhadores.
PMDB e sua ponte para o abismo
Artigo da economista Ana Luíza Matos de Oliveira para o site Pragmatismo Político mostra que o programa de um hipotético governo sob a liderança do PMDB, expresso no documento "Ponte para o Futuro" seria uma desgraça completa para a sociedade brasileira.
Segundo ela, no documento "ficam de lado assim os objetivos sociais e o enfrentamento dos problemas históricos do país, como a alta informalidade e rotatividade do mercado de trabalho, as desigualdades no acesso à educação e saúde, a desigualdade tributária que penaliza os mais pobres, a violência contra a juventude negra, o problema da moradia e do saneamento básico, a mobilidade urbana, entre diversos outros fatores".
O artigo é intitulado "A Ponte para o Abismo do Impeachment" e a sua íntegra vai a seguir:
Segundo ela, no documento "ficam de lado assim os objetivos sociais e o enfrentamento dos problemas históricos do país, como a alta informalidade e rotatividade do mercado de trabalho, as desigualdades no acesso à educação e saúde, a desigualdade tributária que penaliza os mais pobres, a violência contra a juventude negra, o problema da moradia e do saneamento básico, a mobilidade urbana, entre diversos outros fatores".
O artigo é intitulado "A Ponte para o Abismo do Impeachment" e a sua íntegra vai a seguir:
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