Quer dizer que a Universidade de Campinas, a conceituada Unicamp, obriga alunos de Iniciação à Ciência a terem aula sobre criacionismo?
Quando li um tuíte que denunciava tal aberração, fiquei atônito.
E a sensação de estarrecimento foi ainda maior ao ler alguns comentários sobre essa informação.
Um deles igualava o criacionismo ao darwinismo, sob a alegação de que os dois são "teorias".
Vamos esclarecer uma coisa: respeito todos que seguem uma religião, que acreditam em fadas ou duendes, que acham que o mundo foi feito em sete dias, que acreditam em reencarnação, que o universo está povoado de espíritos - ou que Papai Noel existe.
Não tenho nada a dizer sobre a crença dessas pessoas.
Mas o que me deixa louco da vida é ver que, num Estado laico, como é o Brasil, uma universidade pública, bem cotada internacionalmente, obrigue seus estudantes a assistir a uma aula sobre criacionismo.
Fora isso, fora esse flagrante desrespeito à Constituição, há algo ainda mais preocupante nessa história.
Uma universidade deveria ser um centro de estudos científicos, um local de resistência à burrice que grassa no resto do país.
Mas se os doutores que dirigem a universidade acham que criacionismo é a mesma coisa que o darwinismo, ou seja, uma teoria científica, aí fica difícil a gente ter qualquer esperança de que algum dia, num futuro mesmo distante, o Brasil vai se igualar às nações mais civilizadas deste planetazinho.
Gente de todo o mundo está chocada - ou diz que está - com o terrível atentado dos terroristas, religiosos fundamentalistas, em Paris.
Cá com meus poucos botões eu fico me perguntando: certamente esses assassinos também acreditam que o universo foi criado por um deus, cujos ensinamentos eles procuram seguir cegamente.
E também estou certo de que esses fanáticos foram educados desde pequenos para rejeitar a teoria que diz que o homem é fruto de uma cadeia evolutiva que remonta há bilhões de anos.
Vamos esclarecer uma coisa: religião não é ciência e ciência não é religião.
A religião prende o homem a dogmas; a ciência o liberta deles.
A religião obriga o homem a seguir por um único caminho; a ciência é um rio com inúmeros afluentes.
A religião cega; a ciência faz descortinar um universo de maravilhas.
A religião emburrece; a ciência torna o homem cada vez mais inteligente.
A religião forma fanáticos; a ciência forma céticos.
O criacionismo, como a astrologia, por exemplo, não passa de uma pseudociência.
A atitude da Unicamp transformou a instituição numa pseudouniversidade.
Depois disso é impossível levar a sério qualquer estudo que saia de lá.
E enquanto a comunidade científica brasileira não se manifestar contra tal aberração, ela também ficará sob suspeita.
O Brasil, para desgosto de muitos, ainda não se transformou numa república católica, ou evangélica, ou judaica, ou mesmo islâmica.
Depois dessa da Unicamp, podemos desconfiar, sob a luz do Darwinismo, que o homem é uma involução do burro. Confesso que aos 60 e vrau, ando com vontade de dar coice. Hiiim, hoiiiim.
ResponderExcluirSeu texto é interessante. Porém, você é tendencioso. O tom do seu texto chega a ser dogmático. Em lugar de assumir essa defesa apaixonada pela teoria da adaptação das espécies(Darrwin nunca chamou sua teoria de teoria da evolução), deveria mostrar evidencias da comprovação dessa.Penso que seria melhor para o debate. Evidências fósseis seria um bom começo.E aí, poderias nos esclarecer melhor? Ou tudo depende de fé também?Outra coisa, cuidado quando for correlacionar comportamento fundamentalista com religião.O fundamentalismo não propriedade de religiosos, é propriedade de extremismos, dentre esses o da ciência.
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