quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Matrículas em cursos técnicos dobram no país

O governo trabalhista pode ser acusado de muitas coisas, mas é inegável que proporcionou avanços notáveis em vários setores. Um dos mas destacados é o da educação, principalmente no ensino médio e superior. O investimento nos cursos técnicos, por exemplo, é essencial para um país carente de profissionais especializados. 

O número de matrículas em cursos técnicos de nível médio cresceu 88% nos últimos seis anos no Brasil. Saiu de quase 928 mil em 2008 e chegou a pouco mais de 1,7 milhão em 2014, segundo dados do Censo da Educação Básica, do Ministério da Educação. O acerto em investir na qualificação profissional é constatado ainda por pesquisa do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que mostra que 72% dos técnicos formados pela instituição em 2013 estavam trabalhando em 2014.

Esse mesmo levantamento, com base em dados do Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), revela que a escolha de profissões cujas habilidades técnicas sejam requisitadas na indústria, no comércio e nas empresas de prestação de serviços pode representar uma proteção para os trabalhadores em períodos de retração da economia.


Entre essas profissões estão a de técnico em operação e monitoração de computadores, a de técnico em programação e a de mecânico de manutenção e instalação de aparelhos  de refrigeração.  

O estudo foi revelado nesta quinta-feira na apresentação da equipe que representará o Brasil na WorldSkills, a olimpíada internacional de profissões técnicas. A competição reunirá 1.200 competidores de 62 países no Anhembi Parque, em São Paulo, de 12 a 15 de agosto. O Brasil participará da WorldSkills com 56 competidores.

Conforme o levantamento, dez ocupações técnicas industriais apresentaram saldo positivo entre as demissões e as contratações nos últimos 12 meses, período em que aumentou o desemprego no país. Essas ocupações, que somam cerca de 220 mil empregos em todo o país e, de julho de 2014 a junho de 2015, acumulam um saldo positivo de 3.273 vagas. As ocupações são as seguintes:

• Técnico em monitoramento e suporte de computadores
• Técnico em desenvolvimento de sistemas
• Mecânicos de manutenção e instalação de aparelhos de climatização e refrigeração
• Técnicos em produção, conservação e qualidade de alimentos
• Técnico do vestuário
• Técnico em manutenção e reparação de equipamentos biomédicos
• Mecânico de manutenção aeronáutica
• Instalador e mantenedor de sistemas eletrônicos e de segurança
• Técnicos em fotônica
• Técnicos em biologia

"A qualificação pode reduzir o risco de desemprego ou, ao menos, reduzir o tempo longe do mercado de trabalho", afirma o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi. "Quem faz cursos de educação profissional tem mais chances de conseguir um emprego com bons salários e construir carreiras estáveis", destaca ele.  Essas ocupações têm várias características em comum. As principais são:

• Transversalidade: indica a variedade de setores em que um profissional pode atuar. Quanto mais transversal for uma ocupação, maior a flexibilidade do trabalhador para  transitar entre diferentes áreas, regiões e empresas.

• Crescimento da remuneração acima da média: Entre as dez ocupações, sete apresentam  crescimento de remuneração superior a média das ocupações técnicas industriais entre 2006 e 2013. Isso indica que há uma procura no mercado mais intensa por algumas dessas ocupações.

• Menor diferença entre salários de admissão e desligamento: Em seis dessas ocupações, a diferença entre os salários dos profissionais recém-admitidos e dos que foram desligados está abaixo da média do mercado. Este é outro indicador da procura de trabalhadores para essas ocupações. As empresas mantêm os salários iniciais elevados com o intuito de captar profissionais mais qualificados.

Além disso, o estudo do Senai mostra  que o  desemprego entre os trabalhadores que fizeram algum curso de formação profissional é inferior à dos que não se qualificaram. Em dezembro de 2014, a taxa de desemprego entre quem tinha formação profissional era de  3,9%, enquanto que entre os que não tinham se qualificado era de 4,5%. Em junho deste ano, era de 6,6% e 7%, respectivamente, conforme os dados da  Pesquisa Mensal de Emprego e Desemprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Nenhum comentário:

Postar um comentário