sábado, 7 de fevereiro de 2015

Um ano de vida nas montanhas (5)


Centro histórico de Amparo é belíssimo.
Pena que poucos saibam de sua existência
As cidades que compõem o chamado Circuito das Águas Paulista são bem diferentes entre si.

Todas elas, com exceção de Jaguariúna, que é um polo tecnológico, têm como base da economia o turismo. Cada uma delas, porém, o explora de forma diversa.

Em Serra Negra o forte é o turismo de compras. 

A rua principal, Cel. Pedro Penteado, é um shopping center ao ar livre, com cerca de 400 lojas de vestuário, calçados, alimentos, artesanato... 

Há opções para todos os bolsos, ótimos bares e restaurantes.

Em compensação, há poucas atrações turísticas.


Os tradicionais "trenzinhos" continuam a levar os turistas para alguns deles, mas os principais ficam de fora do roteiro: o alto da serra, a mais de 1,3 mil metros de altitude, com uma vista fantástica de toda a região, inclusive de várias cidades vizinhas; o Cristo Redentor, que também proporciona uma bela visão da cidade; o miniférico, que leva as pessoas da Praça Independência ao Cristo Redentor.

Fora isso, as estradas vicinais cruzam locais muito bonitos - a paisagem, por si só, é um grande atrativo.

As menores cidades do Circuito das Águas Paulista são Lindoia e Monte Alegre do Sul, cada uma com cerca de 8 mil habitantes. 

Fora a fama de sua água mineral, Lindoia tem um lago que poderia ser mais bem aproveitado turisticamente.

Monte Alegre do Sul é a terra da cachaça, com cerca de 20 alambiques espalhados pela zona rural, mas além da "mardita" tem um centro histórico lindo, bem preservado, e inúmeras pousadas nos arredores, além de um pequeno balneário. É um ótimo local para quem anda muito, mas muito estressado - a cidade exala tranquilidade. 

Há ainda bons restaurantes em Monte Alegre do Sul, e um particularmente, que dá de dez a zero em qualquer barzinho da moda da Vila Madalena, chamado Bar da Fonte: cardápio caprichadíssimo num local de extremo bom gosto. E preços bem em conta.

Amparo é um caso à parte. É chamada de "capital histórica" do Circuito das Águas. O título é merecido. Todo o centro remete o turista ao início do século 20 e fim do século 19. Está quase tudo preservado, uma maravilha. Casarões belíssimos, igrejas idem, um verdadeiro tesouro. 

Mas, como em quase todas as outras cidades da região, o marketing é zero. Ninguém sabe que a pouco mais de 100 km da capital pode-se fazer uma viagem ao passado. 

Socorro optou, e fez muito bem, pelo turismo de aventura, aproveitando o Rio do Peixe. 

Pedreira vive, como Serra Negra, do turismo de compras, mas se especializou em porcelanas e cerâmicas. Toda a região em torno da rodovia Jaguariúna - Amparo é tomada por lojas. O movimento nos fins de semana é intenso, mas os preços... Nos últimos anos, com a fama veio a cobiça. 

Águas de Lindoia é muito visitada por famílias e recebe inúmeras convenções empresariais. A praça Adhemar de Barros é um espetáculo, com seus lagos e jardins projetados por Burle Marx. O balneário é outra atração imperdível. O centro da cidade, ladeado de montanhas, é muito bonito.

Sobre Holambra há pouco a falar. Todo mundo sabe que ela é a "cidade das flores" e um pedaço da Holanda no Brasil. A Expoflora é conhecida internacionalmente.

Jaguariúna faz parte do circuito de rodeios. Para quem gosta é um prato cheio. 

Há algumas coisas em comum nas 9 cidades do Circuito das Águas Paulista: elas são limpas, rodeadas de verde, vê-se poucos mendigos, a pobreza existe, mas a miséria é pouca, assim como a violência.

Se agissem coordenadamente em várias áreas, como no turismo, saúde, transportes, habitação, educação, entre outras, poderiam se constituir num exemplo para o restante do Brasil.

Sem nenhuma coordenação, agindo cada uma por si, mantêm-se refém de políticos de mentalidade tacanha, ultrapassada, sem visão estratégica e nenhum talento administrativo.

Uma pena.

2 comentários:

  1. Francamente eu não entendo as pessoas que amam ir pra Nova York fazer compras. O Brasil está cheio de lugares sensacionais.
    Abraço.

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  2. Monte Alegre do Sul
    Ganhou grande fama por proporcionar ao foliões que ali moram, assim como os que a visitam, uma grande festa. A mesma veio a se tornar parte da cultura da cidade, que se prepara meses antes para esse incrível evento. Uma época que proporciona uma grande rotatividade econômica para seus comerciantes. Nas quatro noites de festa, desfilam pelas principais ruas da cidade blocos carnavalescos e atrações convidadas, assim como shows musicais na Praça Bom Jesus.
    Uma festa que faz alegria tanto de moradores quanto de milhares de visitantes que vem prestigia-la. Porém, infelizmente no ano de 2015, com milhares de foliões, comerciantes, e blocos praticamente pontos para o evento, as Autoridades Competentes responsáveis pela cidade decidem, 10 dias antes do início das festividades, simplesmente cancelar o evento. Alegando diversos fatores controversos que acabaram parecendo, na visão do público, incompetência e falta de planejamento. Demonstrando assim, profunda falta de consideração para com sua comunidade e opiniões da mesma.
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Monte_Alegre_do_Sul

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