Nestes dias de feriado, voltando calmamente para São Paulo, dois motoristas que avançaram como Sennas sobre meu Prisma para ultrapassá-lo em manobras perigosíssimas, em locais proibidos e muito acima da velocidade permitida, me brindaram com efusivos xingamentos.
Parecia que o errado era eu, que procuro respeitar as leis do trânsito, por achar que se fizer isso as chances de sofrer algum tipo de acidente são bem menores e também porque imagino que deve haver alguma razão para que elas existam.
Assim, se as placas indicam que a velocidade máxima de uma estrada é 60 km por hora, tento ao máximo não excedê-la, apesar de essa ser uma tarefa hercúlea, tal o número de motoristas apressados que encostam na traseira do meu bólido - outra desnecessária infração ao Código de Trânsito Brasileiro.
Respeitar as leis, sejam as de trânsito ou quaisquer outras, antes de mais nada é um dever do cidadão.
Uma das máximas de nossa Constituição é justamente essa, de que ninguém está acima das leis.
Nem dá para imaginar uma nação na qual as pessoas fazem tudo o que querem, onde não existam regras claras de convivência e onde tudo é permitido.
Seria o caos, a barbárie.
No Brasil se fala muito sobre corrupção, sobre malfeitorias variadas, sobre a criminalidade fora do controle, a violência imperando numa terra em que a grande maioria é fiel cumpridora de suas obrigações e das leis.
No Brasil o mal é sempre obra de políticos corruptos ou de indivíduos pertencentes aos estratos mais pobres da população, os habitantes das periferias das cidades, negros e pardos, geralmente.
A classe média branca nunca faz nada de errado.
Depois de ver o motorista do segundo carrão que tentou me ultrapassar numa entrada de uma rodovia movimentadíssima, forçando a passagem por cima de uma área de trânsito proibido, lascar uma buzina estridente contra a minha ousadia de manter meu Prisminha na mesma velocidade e trajetória, ou seja, de obrigá-lo a desistir de me jogar fora da estrada, foi que pensei numa coisa simples, mas que explica muito do que ocorre no Brasil hoje: se pelo menos, digamos, a metade da população cumprisse as leis, não quisesse levar vantagem em tudo, a situação do país seria outra, bem melhor.
As pessoas fazem o que fazem por uma série de razões.
Mas principalmente por falta de educação e de punição.
Um sujeito que corre como maluco numa estrada a 160 km por hora quando a placa de sinalização indica que o máximo é 100 km, colocando em risco a sua vida e a de outras pessoas, faz isso porque nunca foi punido e porque é um ignorante, um analfabeto cívico.
Há um monte de maus políticos, é verdade.
Mas eles foram eleitos por cidadãos que se dizem de bem e que, na vida cotidiana, fazem um monte de coisas erradas, infringem uma porção de leis.
E o pior de tudo é que, a cada dia, quem procura fazer tudo certo é tido por essas pessoas como um bobalhão, um verdadeiro idiota.
E além de tudo ainda é xingado.
Motta, limites de velocidade merecem uma longa consideração sobre sua validade. Não é o caso de discuti-la aqui. Mas menciono duas histórias reais publicadas na extinta revista Motor 3 na década de 1980. Naquela época, todas as estradas brasileiras tinham limite de velocidade de 80 km/h, não importando se fossem boas ou ruins.
ResponderExcluirUma. Um comandante da Polícia Rodoviária contava ao repórter da revista sua viagem de férias entre São Paulo e o sul do Brasil. A certa altura da conversa, o repórter perguntou:
- O senhor fez toda essa viagem a 80 km/h?
- Cê tá louco? - respondeu o policial.
Outra. Essa mesma revista reproduziu um artigo de uma revista estadunidense mencionando que o então presidente dos EUA, Jimmy Carter, havia percorrido compromissos de campanha a uma velocidade média (note bem: média) muito acima das 55 milhas por hora (88 km/h) então vigentes nas estradas daquele país.
Impunidade? Imagine...
Abraços! (LAP)
É, cumprir a lei não é fácil mesmo, já transitei na bandeirantes, que tem velocidade máxima de 120 km por hora, há no máximo 50 km por hora devido ao congestionamento. Já a legislação de trânsito diz que é proibido trafegar a menos de 40% da velocidade máxima permitida, sendo assim eu e milhares de outros motoristas que queriam chegar em casa, trangredimos a lei. E amanhã será assim de novo na volta do feriado, pois apesar do aumento no número de veículos e consequentemente dos lucros das conssecionárias, a bandeirantes continua a mesma de 20 anos atrás.
ResponderExcluirPois é Motta somos realmente OTARIOS cidadãos no cotidiano social, procuramos ser cautelosos porem o externo escapa as nossas vontades... se o "cidadão" anda a 200k por segundo cabe a nos medíocres respeitadores (como doí o pé segurar no acelerador) evitar mal pior, e mesmo assim estamos sujeitos a nos estrepar de verde-amarelo. Critique, reclame e encontre endosso em seus leitores... um ótimo iniciar de ano e força porque a batalha vai ser ferrenha em 2014... Saudações cidadão social!!!!
ResponderExcluirPoie é Motta somos otários ao "respeitar o acelerador" mesmo com dor no calcanhar... coisas de pessoas que vivem o social, que da passagem e luta por um Brasil civilizado... esta é nossa luta e ela será ferrenha e sangrenta em 2014... liga não!!! somos de aço e fomos feitos para isto!!!! Bom iniciar de ano e continue firme em seu ideal cidadão... Boas festas!!!!
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