Pela ordem, os planos de saúde e o setor financeiro. Em seguida, as maiores queixas dos consumidores brasileiros se referem a problemas com produtos diversos, como celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos de linha branca, e ao setor de telefonia.
As conclusões são do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), uma das ONGs mais antigas a tratar do assunto no Brasil, que divulgou na segunda-feira o seu relatório anual.
Segundo o documento, 20% dos atendimentos da ONG em 2012 foram relacionados a reclamações sobre planos de saúde, como negativa de cobertura, reajustes e descredenciamento de prestadores de serviço. Os planos aparecem no topo da lista pela décima primeira vez.
"O principal motivo é justamente o crescimento dos planos coletivos, ou falsos coletivos (oferecidos a pequenos grupos de consumidores), já que há ausência de regulação da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) para esses tipos de contratos", justificou o Idec.
O setor financeiro - bancos, cartões de crédito, crédito e consórcios - é o segundo colocado na lista do Idec. Cobranças indevidas de tarifas e de serviços não contratados estão entre as principais reclamações. Outras queixas dos consumidores são endividamento, taxa de juros, portabilidade de crédito e inscrição em cadastro de maus pagadores.
Em terceiro lugar, aparecem as reclamações sobre problemas com produtos, como celulares, eletroeletrônicos e eletrodomésticos da linha branca. Os consumidores queixam-se de defeitos, falha na garantia, falta de assistência técnica e descumprimento do prazo de entrega.
Telefonia é o quarto segmento com o maior número de queixas. Na telefonia móvel, a falta de sinal e a queda nas chamadas encabeçam as reclamações, enquanto na telefonia fixa são cobrança de minutos excedentes e por serviço não solicitado.
Os quatro setores que estão no topo da lista do Idec somam 59,1% dos atendimentos feitos por telefone, e-mail e pessoalmente.
Para o Idec, grande parte dos problemas é decorrente de “fiscalização ineficiente” dos órgãos reguladores e falta de investimento das empresas.
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa operadoras de plano de saúde, alega que o resultado do estudo é tendencioso. "A Abramge estranha os dados divulgados pelo Idec. Isso porque se trata de um instituto particular que vende serviços, especialmente para usuários de planos de saúde e, portanto essa mostra é viciada. E o resultado do estudo é tendencioso . Há mais de dez anos, o Idec insiste em acusar os planos de saúde de serem os campeões de reclamação, o que não corresponde à verdade", diz a entidade, por meio de nota.
A associação argumenta ainda que, em boletim anual divulgado recentemente pelo Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (órgão do Ministério da Justiça), os planos de saúde estão em 16º no ranking de reclamação. (Com informações da Agência Brasil)
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