segunda-feira, 4 de março de 2013

A difícil vida da oposição


É notável o esforço da grande imprensa em antecipar o calendário eleitoral.
Parece que o país já parou e a eleição presidencial está por se realizar no próximo domingo.
E, na falta de candidaturas competitivas, criam-se as virtuais, aquelas que, se saírem de fato das páginas dos jornalões, determinarão o fim do governo trabalhista.
O problema é que o Brasil real não está nem aí para a eleição de 2014.
Pelo menos por enquanto.
Nem o governo federal, nem a população, parece estar minimamente preocupado com a campanha.
Dilma, Lula, o PT e demais partidos da base aliada, têm, no momento, outros desafios à frente.
Manter o alto astral das pessoas, por exemplo, é muito mais importante que aceitar desafios e bravatas da oposição.
O sucesso do governo Dilma é que determinará a sua continuidade, não importa quem se arrisque a concorrer contra ele.
Esse falso clima de eleições antecipadas serve apenas para a oposição, que até agora não tem nenhum candidato competitivo: o playboy Aécio Neves a cada dia se revela mais uma enorme fraude; a ambientalista evangélica Marina Silva teceu uma rede tão conveniente que poucos se atreverão a entrar nela; o neto de Arraes vacila entre opostos e está ainda longe de definir o seu perfil ideológico.
E há ainda o inefável Serra, que os fracassos recentes levaram a uma providencial submersão.
Como se vê, é um quadro esquálido, sem vigor, sem cores fortes.
A grande esperança da elite ainda está por surgir.
Talvez seja um neófito na política, como o presidente do Supremo Tribunal Federal, esse Joaquim Barbosa que agora descansa, em férias, como uma celebridade, na badalada Trancoso.
Para ele, porém, o calendário eleitoral é cruel, implacável, não perdoa nenhum dia que passa.
Aécio, Marina, Campos, Serra, Barbosa.
São todos projetos, inacabados, cheios de falhas e pontos fracos.
Separados, são presas fáceis de abater.
Juntos, são uma utopia que nunca se realizará.

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