terça-feira, 26 de março de 2013

Desemprego já!


Agora eles nem disfarçam. Os chamados economistas "ortodoxos" estão com tudo. Escrevem nos mais prestigiados jornalões, dão entrevistas a torto e a direito, aparecem todos os dias na imprensa para repetir a fórmula mágica que livrará o Brasil da desgraça da inflação acima do teto fixado pelo Banco Central, causa de todos os males passados, presentes e futuros: juros mais altos e desemprego na veia.
Para nós, simples mortais que temos de ganhar com muito suor o pão de cada dia, não existe coisa pior no mundo que perder o emprego. As pessoas mudam completamente quando isso acontece com elas. Não há um de nós que não conheça uma história triste de alguém, um conhecido, um amigo, um parente, que ficou desempregado.
Mas para essa turma isso tudo é bobagem.
As pessoas são apenas parte da estatística que eles dizem saber manipular melhor que ninguém - e os números, na planilha desses idiotas, são implacáveis e mostram que, se a demanda não for contida, por meio de juros mais altos e mais desemprego, o país está condenado.
Claro que isso é uma enorme imbecilidade e que tais teorias não resistem a qualquer análise mais aprofundada.
O jornal eletrônico Brasil 247 publicou uma matéria bem interessante sobre o assunto, destacando o trabalho de dois dos maiores defensores dessa teoria de extermínio,  Alexandre Schwartzman e Ilan Goldfajn, destacando o período em que eles trabalharam no Banco Central, na era FHC:

No BC, "gênios" fizeram desemprego e IPC explodirem

Arautos de desemprego como forma de combater a inflação, os economistas Ilan Goldfajn e Alexandre Schwartzman passaram pelo Banco Central em períodos de alta desocupação de mão de obra associada a índices de preços igualmente elevados, com fortes estouros nas metas propostas pela autoridade monetária. Pelos números daqueles períodos, o discurso de agora, francamente prejudicial a grandes contigentes da população, simplesmente não se sustenta nos fatos. 
Diretor de Política Econômica do BC entre os anos 2000 e 2003, Goldfajn, atual economista-chefe e sócio do banco Itaú Unibanco, viu a taxa desemprego chegar ao pico de 12,3% em 2003 – a maior, hoje, dos últimos 15 anos. No entanto, segundo dados oficiais do Banco Central, a inflação medida pelo próprio BC em janeiro de 2004, com base nos doze meses anteriores (portanto, o ano de 2003), foi de 9,38%, nada menos que 3,25% acima da meta estipulada em 6,5%. Houve, assim, um grande estouro da meta de inflação, apesar do recorde de desemprego. Goldfajn tem defendido em artigos publicados no jornal O Estado de S. Paulo que o "desaquecimento" do mercado de trabalho é o melhor remédio para evitar a escapada da inflação da meta atual do BC. 
Schwartzman esteve no BC entre 2003 e 2006. Nas apurações sobre o ano de 2005, o que se vê é um desemprego de 9,8%, o segundo mais alto, hoje, dos últimos quinze anos, mas inferior ao de 2004. A inflação, no entanto, igualmente foi menor do que a do ano anterior, atingindo 7,6%, acima da meta estipulada em 3,75% pelo BC. 
Assim, apesar de fora do centro da meta, a inflação foi menor do que a do ano antecedente, mas o desemprego também caíra. Não houve a propalada, por Schwartzman, relação entre retrocesso no mercado de trabalho e abatimento da inflação, o que ele defende com palavras duras: "Tem de demitir mesmo."
Escudados em interpretações bastante pessoais da teoria econômica, Goldfajn e Schwartzman, se olharem para o período de suas gestões nas diretorias do BC, talvez revejam seus atuais pontos de vista. Uma questão de coerência com os fatos econômicos. O ex-ministro Delfim Neto, considerado o melhor comentarista econômico do País, ironizou a dupla: "Esses gênios".

Não há muito mais a acrescentar à matéria.
Apenas dizer que esse pessoal não fala essas barbaridades por acreditar nelas - ou somente por isso.
É mais do que óbvio que por trás de todo o verniz intelectual e científico com que tentam lustrar a monstruosidade do que propagam está o interesse do setor financeiro, para os quais os dois trabalham, em que a taxa básica de juros volte aos níveis irracionais de pouco tempo atrás.
Assim, o lucro dos bancos, que já não é pequeno, se multiplicaria, sem muito esforço.
Schwartzman, Goldfajn e outros tantos da mesma laia, são apenas meninos de recados do sistema financeiro.
Se forem bem sucedidos nessa sangrenta missão de espalhar o terror país afora, certamente serão recompensados. Se falharem, dificilmente terão o destino que desejam para milhões de brasileiros, que é desempregá-los, torná-los miseráveis e infelizes.
É como diz o ditado popular: "Pimenta nos olhos dos outros é refresco."

Um comentário:

  1. "Aumenta os juros que a inflação cai!" O receita miserável, é de se supor, na cabeça destes analistas de M* que alguém vai ao banco pegar dinheiro emprestado para comprar tomates à R$8,00 o kilo. Meu amigo. o pobre já sabe, se não tem frango barato, vai de ovo mesmo.
    Esse povo diz que é preciso fazer muito investimento em infraestrutura, más espera que o deus mercado o faça e chia se o Governo o faz, eles querem oquê? O deus deles só entra nessas paradas prá ganhar, e muito, como foi no caso da Privataria, onde lavaram a jégua e as tarifas públicas foram à estratosfera, não espere dessa turma nada menos que a ruina do Brasil, eles são aves de rapina, cães gordos que vomitam e tornam a comer, nunca se saciam, irão morrer podres de rico, más nunca aceitaram dividir nada, e nem largararão o osso.

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