segunda-feira, 25 de março de 2013

Os desafetos patológicos


Colunista da Folha sugere a empresários e políticos uma ação mais decidida na articulação de uma candidatura anti-Dilma. Segundo ele,"empresários têm demonstrado sua insatisfação com o governo 'votando com o bolso': investem pouco, em parte porque desconfiam do rumo que o governo dá à economia (há, ainda desafetos terminais, ideológicos ou programáticos)."
Sempre desconfiei que os nossos empreendedores, nem todos, óbvio, muitas vezes preferem sacrificar seus lucros cada vez mais fáceis por um ativismo político disfarçado, na tentativa de sabotar os planos do governo. O colunista da Folha, justo quem, me dá razão ao revelar a existência de "desafetos terminais, ideológicos ou programáticos" - prefiro dizer "patológicos"...
Segundo informa a Agência Brasil a queda na inadimplência observada desde o segundo semestre do ano passado ainda não convenceu os bancos a reduzirem as reservas para cobrir os créditos duvidosos, aqueles que têm risco de não serem pagos. A matéria cita levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), segundo o qual a inadimplência no fim do ano passado recuou para níveis parecidos com os observados no primeiro trimestre de 2008, antes do início da crise financeira, mas as provisões dos bancos, no entanto, não acompanharam essa redução.
De acordo com a Febraban, o volume de provisões está estável há seis semestres entre 6,1% e 6,3% do total emprestado pelas instituições financeiras, enquanto a inadimplência encerrou 2012 em 3,4%. No primeiro trimestre de 2008, quando a inadimplência atingia 3,5%, as provisões equivaliam a apenas 5% da carteira de crédito.
Não é difícil perceber que os bancos fazem uma aposta contra a eficácia das medidas do governo para manter a economia aquecida.
Dão uma clara mensagem ao governo: não contem a gente, estamos do outro lado.
Há muitos empresários do chamado "setor produtivo" com a mesma disposição de sabotar o governo Dilma.
Eles não querem nem saber que o lucro que têm hoje se deve, em grande parte, a tudo o que os dois governos Lula e o atual fizeram no sentido de aumentar o mercado consumidor, aumentando a renda do trabalhador, criando o maior programa social do mundo, fazendo a roda da economia girar como nunca antes se imaginou possível no país.
Os tais "desafetos terminais, ideológicos ou programáticos" do colunista da Folha que hoje tentam, desesperadamente, inventar uma candidatura que possa derrotar o amplo favoritismo da presidente Dilma em 2014, nunca estiveram inativos.
Sempre contribuíram, com todas as suas forças, para puxar o Brasil para trás, para os tempos da Casa Grande e Senzala, para trazer de volta o sonho neoliberal de um país com 10 milhões de consumidores e 190 milhões de remediados a disputar as migalhas do banquete.
Banqueiros, industriais, empresários, sempre a reclamar de tudo, sempre a pedir mais e mais benesses do governo, sempre a distorcer dados e números à sua conveniência.
Tudo farinha do mesmo saco.

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