quarta-feira, 13 de março de 2013
Contra a crise, mais emprego
Enquanto vários economistas neoliberais (ou ortodoxos, como queiram) apresentam, sem o menor pudor, diariamente, nas páginas dos jornalões, a vil receita de mais desemprego para combater o que já chamam de "estagflação" - inflação em alta combinada com baixo crescimento -, a Organização Internacional do Trabalho, órgão da ONU, manda fazer exatamente o contrário.
A OIT acredita que a crise econômica internacional está longe de acabar. E manda um recado explícito para os governos da América Latina: estimulem o mercado de trabalho.
É o que o governo brasileiro tem feito, desde bem antes da eclosão da crise.
E por isso tem sentido seus efeitos de maneira bem menos grave do que esses próprios economistas tão queridos pelos jornalões previam.
A íntegra da matéria da Agência Brasil sobre a sugestão da OIT é a seguinte:
OIT recomenda que América Latina aposte na geração de empregos
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alertou que a América Latina deve se preparar para eventuais consequências da crise econômica europeia estimulando o mercado de trabalho na região. O alerta foi feito por meio de um estudo divulgado terça-feira, que aponta os desafios da América Latina no atual cenário econômico. “É necessário fortalecer uma série de instituições laborais, para evitar que isso se reflita em uma deterioração dos mercados de trabalho na América Latina”, disse a OIT.
A organização recomendou que os países que têm seguro-desemprego procurem aumentar a cobertura do benefício. “Alguns países da região têm seguro-desemprego, que desempenha um papel de estabilizador automático diante das flutuações da atividade econômica e de emprego”, diz o estudo.
Para a diretora regional da OIT para a América Latina e o Caribe, Elisabeth Tinoco, a Europa está longe de voltar a seus melhores dias. "Consolida-se a perspectiva de que a economia mundial deverá conviver com uma Europa estagnada por vários anos", disse.
Como exemplos da influência negativa advinda da crise, o estudo citou o “fraco crescimento nos Estados Unidos, uma desaceleração do crescimento da China, enquanto o Japão está entrando em uma nova recessão”.
A publicação fez uma análise das taxas de desemprego e aumento salarial no Brasil. “O crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro em 2012 se manteve graças à uma demanda interna vigorosa”, informou. A OIT lembrou do Bolsa Família, programa brasileiro de transferência de renda, criado pelo governo Lula em 2003, e atribuiu a ele e aos benefícios de seguridade social uma “queda significativa” dos índices de extrema pobreza.
A OIT destacou o aumento dos índices de emprego formal e do salário mínimo nos últimos 12 anos, mas alertou que “o baixo nível de desemprego gera escassez em muitos setores, particularmente de mão de obra qualificada”.
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