Mantega: o alvo preferencial dos banqueiros (Foto: José Cruz/ABr) |
A reforma fiscal já foi tentada inúmeras vezes, mas o fato é que o Congresso nunca irá promovê-la porque os interesses que se chocam em sua discussão são divergentes: nenhuma das partes envolvidas no processo quer perder um mísero centavo com as mudanças, e assim, nada acaba sendo feito.
O governo Dilma resolveu esse impasse de uma maneira criativa: está mexendo em tudo o que a lei permite, atendendo a pedidos de segmentos específicos, de acordo com a possibilidade orçamentária, e assim vai mudando a cara do país - como já fez no caso da redução da taxa básica de juros, a Selic.
O problema todo é que falta ao governo uma estratégia mais afirmativa de propaganda, capaz de realmente transmitir à população a amplitude das medidas.
Os jornalões aproveitam a natural dificuldade de se expressar do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para transformar medidas extremamente benéficas ao país em ações pontuais e meramente conjunturais.
Claro que não fazem isso de graça, porque simplesmente não gostam dele, mas sim sob a inspiração do sistema financeiro, que atingido pela queda dos juros, transformou Mantega em seu inimigo número 1, o alvo a ser abatido, a caça da vez.
Juros baixos, tributação menor, desemprego pequeno, salários em alta, consumo aquecido, deveriam ser sintomas de uma economia saudável.
Ao contrário, para a imprensa e seus "analistas", tais sinais indicam que o Brasil está agonizando, à beira de uma fatalidade.
Se a gente não soubesse os interesses que estão por trás dessas afirmações, elas poderiam até mesmo ser computadas como parte de um debate sério sobre os rumos da sociedade brasileira.
Mas como são apenas peças ideológicas, meros retalhos de uma guerra sem fim travada contra a modernização do país, o jeito é ignorá-las.
E esperar que o governo continue a trabalhar no sentido de livrar o Brasil de amarras centenárias que o prendem a um estado lamentável de prostração.
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