segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Mais um anúncio do fim do mundo


Os níveis dos reservatórios estão mesmo muito baixos: 28,5% no Sudeste/Centro-Oeste, 40,4% no Sul, 31% no Nordeste e 40,5% no Norte. É uma situação que preocupa, já que, no ano passado, eles estavam com praticamente o dobro de água armazenada. O governo sabe disso, sabe que para evitar o vexame do racionamento terá de acionar as usinas térmicas, bem mais caras que as hidrelétricas.
O cenário, porém, não é o mesmo do apagão de 2001, embora os jornalões já comecem a vender a tese de que o país esteja à beira do colapso energético.
O sistema elétrico nacional é hoje mais complexo e seguro que o de dez anos atrás.
Talvez ainda não seja suficiente para dar suporte a um crescimento anual do PIB na ordem de 4%, como querem as autoridades econômicas.
O fato, porém, é que já foram, estão sendo feitos e se preveem investimentos bilionários no setor.
Há pouco mais de um mês a presidente Dilma Rousseff disse que todo o setor de energia teve de ser inteiramente reformulado no governo Lula, quando ela era a ministra de Minas e Energia, para permitir que o Brasil voltasse a crescer.
O racionamento de 2001 não foi um fato inesperado. Teve como causa o completo descaso dos tucanos com os investimentos em infraestrutura - eles estavam mais preocupados e ocupavam seu tempo inteiramente à estafante tarefa de entregar o patrimônio público às mãos do capital internacional, no processo que ficou conhecido como "privataria".
Recuperar a capacidade de investimento em infraestrutura não é tarefa fácil, que se faz por voluntarismo ou às pressas.
Os governos Lula e agora o de Dilma penaram um bocado para tocar as grandes obras, quase sempre paralisadas por embates ambientais, por um cipoal burocrático inadmissível nestes tempos de crise econômica global e pela incompreensão estratégica de pequenos grupos de ativistas, respaldados pela sistemática e antinacionalista posição dos meios de comunicação, os porta-vozes de uma oposição desesperada e inconsequente.
Mesmo assim os avanços são incontestáveis.
Já dá para vislumbrar um futuro para o Brasil, algo impensável uma década atrás.
Os jornalões, num passado recente, anunciaram o fim do mundo sob várias maneiras.
E ele, como todos nós sabemos, não acabou.

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