terça-feira, 8 de janeiro de 2013

As boas vibrações de Haddad


Três fatos recentes já permitem distinguir diferenças entre a administração Kassab e a de Fernando Haddad: a demissão dos guardas municipais que agrediram um skatista na praça Roosevelt, a cobrança de R$ 1 milhão em multas do Corinthians, e a decisão de dialogar com um grupo de invasores de prédios públicos.
Aparentemente, são acontecimentos banais. Nenhum deles é capaz de mudar a vida na metrópole. Porém, e isso é o que importa realmente, as ações indicam que o governo municipal adotou um olhar ao mesmo tempo mais humano e mais sério em relação ao que se passa na cidade.
Um bom administrador não é só aquele que executa de modo eficiente um plano de governo e atende as carências da população em vários setores. Além disso, o seu governo tem de transmitir às pessoas algo muito mais subjetivo - a sensação de que existe, por trás de toda a infra e a da superestrutura da megalópole, indivíduos que realmente se importam com o que acontece nela, que estão atentas ao desenrolar de seu dia a dia e zelam pelo bem-estar dos cidadãos.
Paternalismo?
Quase, mas não apenas.
A verdade é que os brasileiros só se sentem bem quando são governados por personalidades fortes, seja qual for a sua ideologia.
Eles têm de saber que há alguém que se mostre preocupado com as suas demandas e que cobre de seus subordinados um trabalho eficiente e correto.
Não por coincidência, os dois piores prefeitos de São Paulo, Celso Pitta e Gilberto Kassab, nunca demonstraram, pelo menos em público, esse tipo de personalidade. Nunca pareceram ser prefeitos de fato.
Ao contrário, outros como Jânio, Marta e Maluf - posições políticas à parte - sempre fizeram questão de mostrar a todos quem governava a cidade.
Lula fez tanto sucesso popular porque, além de outras virtudes, encarnou o papel de "protetor" dos desprotegidos. Sua sucessora foi apresentada como alguém de temperamento forte, mandona, que gosta de dar ordens - alguns dos atributos que a grande maioria das pessoas admira num governante.
Ainda é muito cedo para definir o estilo de Haddad. Mas o pouco que já foi possível observar indica que ele pode, muito cedo, transmitir uma marca pessoal forte à sua administração, uma identidade capaz de renovar as esperanças da população de que o futuro não será catastrófico.

2 comentários:

  1. Bom texto. Só uma correção: os GCMs que agrediram skatistas na Roosevelt não foram demitidos, mas afastados enquanto respondem a processo administrativo. E, de fato, faz diferença um governante demonstrar que se importa com as pessoas para as quais trabalha.

    ResponderExcluir
  2. o Haddad tem que fazer uma limpeza universal, pois foram 20 anos o PSDB,PPS,PV, PDT,PTB,DEM,PSD colocando seus bandidos para roubar descaradamente na prefeitura, tem que mandar todos os indicados, selecionar os concursados, e renovar totalmente o quadro de funcionarios em todas as pastas, assim como fazer uma auditoria confiavel(internacional) e rever todos os contratos ja encerrados e em vigencias??? Vai Haddad

    ResponderExcluir