quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Fritando Mantega


Os jornalões escancaram a vontade de defenestrar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, de seu cargo. Seguem a orientação da revista britânica de orientação ultraortodoxa The Economist. Mas qualquer um que pense um pouco mais profundamente que as aparências percebe que essa orquestração para derrubar Mantega se origina de setores econômicos contrariados pela sua política. E todos os indícios levam ao financeiro, profundamente atingido pelo corte extremo de juros promovido pelo governo Dilma.
Os empresários não têm do que se queixar de Mantega. De certa forma, ele tem atendido a todos os seus pleitos. Se não estão em situação melhor, podem culpar qualquer um - a crise econômica mundial, os chineses, o papa -, mas não o ministro da Fazenda, que tem feito o que pode para deixá-los com mais competitividade, com mais poder de fogo para que aumentem os seus lucros.
Mantega, apesar de sua competência, é tratado com desdém pela imprensa. Os jornalistas, como se sabe, têm a arrogância como um de seus principais atributos. Acham que sabem tudo, que entendem de tudo e, principalmente, que suas opiniões valem mais que tudo. Além disso, cultivam um gosto especial pelo péssimo hábito de ridicularizar certas personalidades públicas, não por acaso justamente aquelas que não gozam da simpatia de seus patrões.
Mas apesar dessa má vontade da imprensa, Mantega tem sobrevivido no cargo, um dos mais difíceis da administração pública, e tem logrado êxitos incontestáveis em seu trabalho.
Um dos mais evidentes - e que os jornalões fazem questão de ignorar - foi a condução da economia nos dias turbulentos do início da crise econômica global, em 2008.
Não fosse por ele e pelo ex-presidente Lula o Brasil seria hoje muito diferente do que é - na verdade, muito   pior.
Talvez seja justamente essa a chave do mistério que cerca esses ataques a Mantega: há gente poderosa que não aceita o seu sucesso, há grupos que querem se vingar dele pela perda dos imensos privilégios que detinham.
E também existem aqueles que preferem mil vezes ver o Brasil na situação de alguns anos atrás, miserável, endividado, rastejando pelos corredores das instituições financeiras a mendigar um emprestimozinho que o livrasse momentaneamente de suas aflições, que o salvasse da bancarrota.
O ministro Mantega foi um dos principais responsáveis pela mudança desse cenário.
Portanto, para essas pessoas, ele tem de pagar por isso.

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