quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
Eles preferem a Nigéria
A revista britânica ultraconservadora The Economist elegeu a Suíça o melhor país para se nascer neste ano, reeditando uma pesquisa feita pela primeira e única vez há 25 anos. Para a escolha dos "melhores" países, a Economist Inteligence Unit, responsável pelo levantamento, considera 11 indicadores estatísticos. O Brasil ficou no meio do caminho, na 37ª posição. Os Estados Unidos, sonho da classe média brasileira, caiu do primeiro lugar para a 16ª colocação, empatados com a Alemanha.
Esses rankings, claro, não são para se levar a sério. Servem apenas como curiosidade. Nem o fato de se apoiarem em alguns números é suficiente para lhes conferir um grau mínimo de rigor científico.
Mais interessante seria mesclar os tais indicadores que sustentam o trabalho com a opinião dos habitantes de cada país sobre o lugar onde vivem e onde gostariam de viver.
Me pergunto se os suíços e os nórdicos, também em excelente posição no ranking, não trocariam, pelo menos como experiência, a vida que levam em seus frios, rígidos e severos países, pelo contato mais frequente com as cores explosivas, o ritmo frenético do cotidiano e o calor do Sol, num lugar como, por exemplo, o Brasil.
Na primeira pesquisa a Suíça foi classificada como um local "aborrecido".
Hoje, talvez em vista da deterioração da economia europeia, com a consequente incerteza que isso causa nas pessoas, talvez seja preferível viver num lugar aborrecido do que num outro extremamente agradável, mas onde não se sabe muito bem o que o futuro reserva.
De todo modo, tenho uma certeza: o Brasil poderia estar bem melhor classificado nesse ou em qualquer outro ranking desse tipo se a chamada "elite" - na verdade a oligarquia que realmente tem o poder nas mãos - mostrasse um mínimo de interesse em ver o país prosperar.
O fato é que, enquanto esse pessoal continuar mandando, o Brasil será sempre o "país do futuro".
Dez anos de governos trabalhistas melhoraram um pouco a situação do povo em geral, diminuíram as tremendas injustiças e desigualdades entre as pessoas, até mesmo melhoraram a imagem da nação no mundo, mas não foram suficientes para acabar com a profunda influência que a oligarquia tem nas instituições, nas diferentes esferas de poder e na sociedade em geral.
Se depender dessa gente, o Brasil estará cada vez mais longe da Suíça e cada vez mais perto da Nigéria - o pior país do mundo, segundo a revista britânica, para se nascer neste ano.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Na Dinamarca apesar de ser muito frio, quando chega o verão é muito calor. Então isso de que só se passa frio no norte da Europa é balela. Lá é muito frio no inverno. E muito calor no verão.
ResponderExcluir