segunda-feira, 19 de novembro de 2012

"Lembrancinhas" caras demais


Todos os  anos, os jornalões anunciam que o Natal que se aproxima será o das "lembrancinhas", querendo dizer com isso que o consumidor está sem disposição, ou dinheiro, para comprar presentes mais caros.
Este ano, porém, não será o das lembrancinhas pelo simples motivo de que até mesmo elas estão com preços salgados demais.
Parece que os comerciantes, que até outro dia procuravam vender produtos para qualquer tipo de público, descobriram a "nova classe média" surgida nos governos do PT e resolveram tirar o couro dessa gente.
Hoje, qualquer uma das tais "lembrancinhas", um badulaque qualquer, com cara de artesanato, mas feito em série, não custa menos que R$ 50.
E a maioria absoluta vem da China, chegam aqui aos milhares, ao custo unitário de US$ 1 ou US$ 2, quando muito, o que indica que a margem de lucro do importador e do comerciante é fantástica.
Os preços na capital paulista estão, como se dizia antigamente, pela hora da morte.
Em alguns casos, são roubo puro.
Um parente do interior veio outro dia fazer compras na famosíssima rua 25 de Março. Deixou o carro num estacionamento das imediações, despreocupado, acostumado com as tarifas de sua cidade. Quando voltou, cheio de pacotes, deixou no caixa a módica quantia de R$ 90 - a hora custava inacreditáveis R$ 20!
Está tudo muito caro.
Mas dizem que isso é perfeitamente normal, que não passa da tal lei da oferta e da procura, que o "mercado" - seja lá o que for isso - se encarrega de regular os preços etc etc.
Sei não.
Isso pode funcionar num capitalismo de verdade, não neste em que vivemos, de setores oligopolizados e onde a publicidade e o marketing exercem um domínio fantástico sobre os gostos e preferências dos consumidores.
O exemplo mais acabado dessa ditadura é o setor automobilístico, no qual as montadoras têm uma regra de ouro: nivelar os preços de seus produtos por cima.
Os jornalões acabam de promover o lançamento de um veículo da Chevrolet, chamado Trailblazer, que seria o substituto da antiga Blazer.
Montado no chassis da veterana picape S-10, o preço da versão mais simples é de R$ 145 mil, o correspondente a uns US$ 70 mil!
Até os jornalistas especializados que andaram nele, gente acostumada a brindar os produtos das montadoras com fartos elogios, desta vez foram obrigados a reconhecer que nada, absolutamente nada, justifica essa montanha de reais que se paga pelo tal Trailblazer.
E quando isso acontece, é porque a coisa está mesmo feia...

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