domingo, 18 de novembro de 2012

A violência nossa de cada dia


A violência parece ser a companheira mais inseparável do homem.
Ela esteve presente em toda a evolução da espécie, desde quando o conceito de civilização não existia, e continua a exercer seu poder ainda hoje, nestes tempos de tecnologia avançada e de pensamentos sofisticados.
No Oriente Médio, a Síria está mergulhada numa guerra civil que fez mais de 40 mil vítimas, a maioria das quais, como em todas as guerras, civis.
Israel volta a exercer seu tremendo poderio militar contra os miseráveis palestinos da Faixa de Gaza, depois de assassinar um de seus líderes.
Na Europa ultracivilizada, multidões saem às ruas para protestar contra outro tipo de violência, a econômica, que destrói as pessoas tanto quanto a física.
No Brasil, há muito se tenta inculcar nas pessoas a noção de que este é um país de gente ordeira e pacífica, um paraíso no meio do caos do resto do mundo.
Balela.
Somos uma das nações mais violentas que existem, lugar onde se perpretam as violações mais elementares aos direitos humanos.
Somos um dos campeões mundiais da desigualdade social.
Praticamos a tortura incessantemente, em qualquer delegacia de polícia.
Os presídios se igualam às masmorras da Idade Média.
Nossos empresários desrespeitam a legislação trabalhista básica.
Nossa elite é preconceituosa, reacionária, sem nenhum preparo intelectual.
A imprensa é controlada por meia dúzia de famílias, que formam um oligopólio vergonhoso.
Os meios de comunicação cultuam e propagam um consumismo desenfreado, que ilude os jovens e os transforma em seres sem nenhum apego a valores positivos.
A polícia é despreparada, extrapola a sua função e faz papel de juiz e carrasco, assassinando inocentes, na total maioria pobres e negros das periferias, como as mais torpes milícias nazistas.
O sistema judiciário é lento, complicado, ineficiente, e atua sob a suspeita de favorecer os mais abastados.
A corrupção é generalizada, está incrustada em todos os poderes, no meio empresarial, em todo lugar.
Os tentáculos da violência abraçam todos os setores da sociedade brasileira.
O que se vê hoje em São Paulo, essa onda de assassinatos que não tem fim, essa guerra entre a Polícia Militar e os bandidos do PCC, não é nada demais. É simples continuação de uma história de horrores.
O que se vê hoje no Supremo Tribunal Federal, com juízes desempenhando o papel de atores canastrões, não é nada demais. É simples continuação de uma história vergonhosa.

2 comentários:

  1. Parabéns!
    Seu texto é muito bom! A violência parece que sempre andará acompanhado do ser humano. Como se fosse uma sombra.
    Segundo os contos bíblicos, já haviam a tal violência... Pior, praticada pelo próprio irmão.
    Caim matou Abel.
    Maravilhoso texto.
    http://didimogusmao.blogspot.com.br/

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  2. Caro Carlos Motta,
    Devo Dizer, que ao ler seu texto “A violência nossa de cada dia”, que concordo com sua posição em relação a nossa atual conjuntura de modo geral. Sem sombra de duvidas Estamos vivendo em uma sociedade onde os nossos direitos não são legitimados, os veículos de comunicação, em sua maioria, não procuram informar e Sim manipular, transformando a população em massa de manobra, sem contar com o preconceito que ainda assombra nossa federação, resumindo a total falta de respeito para com o próximo.
    Nossa Sociedade de modo geral, se diz uma “sociedade Civilizada e moderna”, onde ao meu ver esses atributos chegaram apenas ao conhecimento Cientifico, pois continuamos a presenciar alguns fatos que demonstra total falta de Civilidade para com o Próximo.Mendigos sendo queimados, guerras que dizimam toda uma população sem o menor escrúpulo, pessoas que vão para as ruas que querem um mundo mais digno além de serem confundidas com indivíduos que vão para as ruas com intuito de propagar arruaça ainda são retaliadas, oprimidas e rotuladas como “Baderneiros”, isso é um retrato de uma sociedade “CIVILAZADA”? Acho que não...
    A indústria das Telecomunicações além de propagar o consumismo, que acabou se tornando algo inevitável, poderia SIM disseminar ideais que agregassem valores de forma pratica, os “cabeças pensantes” que desenvolvem bombas atômicas, poderia canalizar todo esse conhecimento em prol de algo que realmente possa ser caracterizado como algo construtivo.
    Deparamos-Nos com diversas Formas de violência que devem SIM ser analisadas e ter como resultado não apenas mais números para serem colocados em estatísticas e SIM Soluções para que possamos viver em uma sociedade que seja desenvolvida em todos os âmbitos, do agrário ao cientifico, do futebol á Educação, da saúde á natureza, Constituindo assim uma verdadeira Civilização.
    Atenciosamente
    Felipe Bonfim

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