segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Blecaute em São Paulo
Num intervalo de menos de 15 dias o Caxingui, bairro paulistano da Zona Oeste onde moro, ficou cerca de 15 horas sem energia elétrica, em duas interrupções do fornecimento. Outro dia os jornalões deram manchete e fizeram um escândalo sobre um blecaute que durou muito menos nas regiões Norte e Nordeste. Não sei por que esses constantes blecautes em São Paulo, a cada chuva um pouco mais forte, não são também notícia. Ou melhor, eu sei o motivo: a imprensa não vê nada errado nos governos tucanos, na gestão dessas empresas, como a Eletropaulo, que foram privatizadas anos atrás, no auge do neoliberalismo, do Consenso de Washington, da farra com o patrimônio e o dinheiro públicos.
A Eletropaulo não é uma empresa, é um arremedo do pior dos nossos pesadelos.
Depois do blecaute, em pleno domingo do segundo turno da eleição municipal, que durou 12 horas, os moradores do meu condomínio receberam um aviso da companhia avisando que faltaria energia num outro dia para que que fosse feita uma "manutenção preventiva". Gato escaldado, me preparei, separei um tanto de água, outro tanto de lanternas e esperei. Nada. Não aconteceu nada. A luz, inexplicavelmente, não faltou.
Em compensação, nesse sábado, exatamente às 7 e meia da noite, o apartamento ficou às escuras. A chuva era forte, mas sem vento, sem força suficiente para, como da vez passada, derrubar as árvores podres que não são podadas em cima dos fios que transmitem a energia.
A moça do atendimento da Eletropaulo deu uma previsão absurda sobre quando a energia voltaria e informou que havia ocorrido a "explosão de um transformador".
Claro que estava mentindo, que foi obrigada a ler um script fajuto.
Falta energia no Caxingui e em muitas outras partes de São Paulo porque a Eletropaulo não investe ou investe muito pouco em manutenção, está se lixando em melhorar o péssimo serviço que presta à população, pois afinal das contas não tem concorrentes e monopoliza um serviço essencial que não recebe a fiscalização adequada das agências públicas reguladoras.
Sua única preocupação é ganhar dinheiro.
Exercer uma função social, que deveria ser sua prioridade, é apenas uma ideia absurda formada por algumas palavras sem sentido.
São Paulo é vítima de blecautes diários também porque a imprensa, que deveria ficar de olho nessas tragédias cotidianas da metrópole, há muito tempo trocou a prática do jornalismo pelo exercício da função político-partidária e, desse modo, atua como um mero balcão de negócios para seus interesses ideológicos e comerciais.
Blecaute diário em São Paulo?
Bobagem, isso já virou rotina, não é mais notícia.
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Por que o psdb nao manda privatzar isso aí em sp: Nao diziam que era a soluçao para qualquer problema.
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