sábado, 10 de novembro de 2012

O Brasil e o mundo


A presidente Dilma ligou na quinta-feira para cumprimentar o colega americano Barack Obama, reeleito. Conversaram por dez minutos. Falaram em estreitar os laços entre os dois países, principalmente a corrente comercial e os investimentos. E combinaram marcar um encontro.
Obama, apesar de já ter visitado o Brasil, parece não dar muita bola para os vizinhos do sul do continente. Seus interesses estão mais longe, no explosivo Oriente Médio, no Afeganistão, ou então entre as próprias fronteiras de seu país, uma superpotência que dá sinais de decadência e se mostra indiferente às mudanças que ocorrem no mundo.
Dilma, por sua vez, segue a política externa do antecessor Lula, que deu prioridade às relações Sul-Sul, ou seja, com as nações subdesenvolvidas ou em desenvolvimento, além, é claro, com os países do grupo chamado de Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Para o Brasil os Estados Unidos continuam muito importantes, mas não são mais, como antigamente, a prioridade.
Tanto é assim que até mesmo papel de maior parceiro comercial vai sendo ocupado, irremediavelmente, pela China. É para lá que os olhos dos empresários brasileiros se voltam, em busca de qualquer fatia daquele mercado aparentemente inesgotável.
De todo modo, nem o Brasil pode se dar ao luxo de congelar suas relações com os americanos, nem eles podem simplesmente virar as costas para os brasileiros - e os outros países latino-americanos.
A influência dos Estados Unidos está consolidada não só no nosso continente, mas em todo o mundo. Mesmo que a economia claudique, que o comércio com o resto do mundo fraqueje, os americanos ainda serão, por muito tempo, a maior potência cultural, para o bem ou para o mal.
Nesse ponto, são imbatíveis.
Conversando ou não com Obama, a presidente Dilma tem de procurar ampliar a liderança do Brasil na região e entre o bloco dos emergentes.
Se possível, não apenas no campo econômico-comercial, mas também na área cultural.
Afinal, com a sua enorme e complexa diversidade, o país tem condições de oferecer aos outros povos um retrato muito interessante da evolução do homem e da sua capacidade de transformar o planeta.

Um comentário:

  1. Nobre Articulista,

    Gostei do último parágrafo:

    "Afinal, com a sua enorme e complexa diversidade, o país tem condições de oferecer aos outros povos um retrato muito interessante da evolução do homem e da sua capacidade de transformar o planeta."

    Eu somente acrescentaria "...para pior."

    E, sobre as economias - brasileira e americana - eu somente diria o seguinte: o melhor negócio que o Brasil poderia fazer era vender todos, TODOS os dólares. O melhor negócio do mundo é vender dólares - enquanto ainda valem alguma coisa - e tomá-los emprestados em seguida.

    Será que me fiz entender?

    Abraços
    José Sabino
    O pueril

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