Já está à venda no Brasil a segunda temporada da sensacional série da BBC "Sherlock", que transpõe para a Londres contemporânea as aventuras do mais conhecido personagem das histórias policiais, criado por sir Arthur Conan Doyle no fim do século 19.
A produção inglesa, cujos papéis principais são interpretados por Benedict Cumberbatch e Martin Freeman, inspirou a série de TV americana Elementary, que coloca o detetive na Nova York de hoje e transforma seu amigo e biógrafo John Watson em mulher.
Mas enquanto os ingleses foram capazes de ser fiéis ao Sherlock de Conan Doyle, adaptando suas principais histórias e preservando as características dos personagens, suas idiossincracias, suas qualidades e defeitos, numa linguagem fílmica ágil e criativa, os americanos fizeram de seu Sherlock apenas mais um detetive como tantos outros que já apareceram nos seriados televisivos. Uma das inspirações mais óbvias é a série "Monk".
Em todo o caso, como todos sabem, Sherlock se destaca de todas as outras criações do gênero por ser uma incrível máquina de pensar, que o coloca acima de praticamente todos os seres humanos - a exceção, talvez, seja seu inimigo mortal, o supervilão professor Moriarty - e também por outras virtudes - ele é um químico notável, é capaz de se disfarçar notavelmente, é um bom boxeador e tem ligações profundas com tipos do submundo londrino, que o ajudam em suas investigações.
Dias atrás houve a troca de comando na Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O Estado enfrenta uma série crise na área, há uma guerra entre a Polícia Militar e os criminosos do PCC, que já causou a vida de quase uma centena de policiais e outro tanto de civis, suspeitos ou simples inocentes. Quase ninguém foi preso, há muitos fatos obscuros em toda a história, as autoridades parecem estar perdidas, sem rumo.
Há informações de que o antigo secretário desprezava o trabalho de investigação, que normalmente é feito pela Polícia Civil, dando prioridade às ações da PM, que pouco investiga e é especializada em confrontos violentos. O novo secretário, pelas declarações que deu, pretende mudar a estratégia.
Sei que é difícil para ele, agora, arranjar um tempo livre para o lazer. Se pudesse, porém, seria extremamente útil que desse uma espiada nesse maravilhoso Sherlock da BBC. Menos pelo desenrolar das histórias fantasiosas, mas muito mais pela mensagem que o personagem deixa transparecer em todas as suas ações - de que a maior força do ser humano não está nos músculos, mas sim no cérebro.
Vencer o crime, organizado ou não, é um trabalho que requer muita inteligência, não o uso indiscriminado da violência.
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