sábado, 6 de outubro de 2012

O silêncio comprometedor


É lamentável e estarrecedor o silêncio do PT e dos movimentos sociais em relação ao que se passa no Supremo Tribunal Federal.
Será que ninguém percebeu a dimensão, para o futuro institucional do país, dessa mudança abrupta do modo de se aplicar a justiça, em que se condena sem provas, com base em ilações ou meras suspeitas?
Que o Judiciário brasileiro sempre protegeu os poderosos, todo mundo sabe. Que é uma das instituições em que as pessoas menos confiam, estão aí as pesquisas para comprovar. Que a justiça brasileira sempre foi lenta e cara, qualquer um que um dia precisou dela constatou isso na carne. 
Esse, porém, é o passado e o presente.
O futuro, a se deduzir desse julgamento do tal mensalão, principalmente para esses estratos que sempre foram os preteridos pelo sistema judiciário - justamente os que deveriam contar com mais proteção, porque são os mais fracos - vai ser terrível.
Se os movimentos sociais já são criminalizados pela imprensa e governos conservadores, imagine daqui para a frente, com o precedente criado pelos juízes supremos para condenar sem provas, para exigir que o acusado prove que não é culpado...
Na linguagem do povo costuma-se dizer que "porteira onde passa um boi, passa uma boiada". 
Os juízes supremos abriram passagem para o boi; a boiada está agora pronta para ir ao matadouro.
Se o PT e os movimentos sociais não derem uma resposta dura, à altura da violência contra os direitos individuais cometida pelos juízes supremos, eles estarão dando razão para os seus inimigos, que não se cansam de dizer que hoje todos os partidos, todas as lideranças sindicais, são farinha do mesmo saco.
Serão? 

Frase para a história 

Uma das poucas coisas que se aproveitam desse processo tal mensalão é o que o revisor, ministro Ricardo Lewandowski, falou na quarta-feira, 3 de outubro de 2012, um resumo do cinismo de seus pares:
 "Se houver um dia em que o presidente de um partido político não puder se sentar com outros presidentes de partidos políticos para decidir sobre coalizões e eventualmente sobre repartição de verbas, então é melhor fechar o País e retrocedermos aos tempos da ditadura militar ou, mais ainda, à ditadura Vargas, ou quem sabe aos tempos em que a oligarquia latifundiária que dominou esse país por vários e vários anos, ou por séculos talvez, resolvia as eleições a bico de pena".

Um comentário:

  1. Eu já estou estarrecida há muito tempo.Parece aquela brincadeira de criança: como está fica, licença. E eu me pergunto:onde estão os grandes juristas de bem deste país que se calam??Somos um país de quase 200 milhões de habitantes, não somos um Paraguai (com to respeito aos nossos vizinhos)Não podemos nos calar diante dessa mídia golpista à qual se alia agora o Judiciário,( ou será que sempre esteve aliado ?) Vivemos um tempo sombrio debaixo daa ditadura de uma imprensa corrupta parcial e vendida.É preciso que nós povo e sociedade organizada e que queremos um Brasil para os brasileiros digamos Basta: Abaixo a imprensa fascista que é contra oo progresso do Brasil. Somos muitos e unidos podemos muito.´Ainda é tempo de dizermos agora chega.

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