sábado, 6 de outubro de 2012
Causa e efeito
Caiu uma chuvinha ontem à noite, sexta-feira, na zona oeste da cidade, sabe-se lá quantos dias depois de uma seca danada. Voltei para casa por volta das 20h30, peguei, como sempre, a rua Coriolano, na Lapa, e de repente, me vi numa confusão tremenda, e, cena rara, lá estava o pessoal da CET bloqueando um trecho da rua e mandando os carros desviar.
Mal saído do sufoco, voltei ao meu caminho habitual, dessa vez sem desvios, mas com vários semáforos piscando ou simplesmente apagados - claro efeito da chuvinha e algo já comum na cidade.
Antes de chegar em casa e me ver livre do perigo que é trafegar nessa metrópole, especialmente em noites chuvosas, escuto no rádio que a rua Coriolano estava daquele jeito porque um poste havia caído atravessado sobre ela!
Foi então que me veio uma coisa na cabeça, a constatação de que São Paulo, essa potência aclamada em prosa e versa, é absolutamente frágil e vulnerável, não resiste nem mais a uma garoa forte, quem dirá a uma tempestade.
E pensar que já estamos no fim do ano, a época das chuvas de verão... Não quero nem pensar no que nos espera...
O que vi nessa sexta-feira à noite reforça a minha convicção de que a cidade está nesse estado lamentável não por acaso, mas sim vítima de anos e anos de administrações desastrosas, incompetentes, verdadeiros crimes contra seus habitantes.
E, pelo visto, não há luz no fim do túnel.
Segundo as pesquisas, estamos na iminência de ter de escolher, como próximo prefeito, entre um velho e um novo aventureiro, entre duas pessoas que, acintosa e cinicamente, dizem que não têm sequer um programa de governo para a sua hipotética administração, entre dois aproveitadores que usam o moralismo primário dessas seitas evangélicas como escada para suas pretensões políticas.
É demais!
A única esperança que tenho é que as pessoas consigam, pelo menos uma vez na vida, fazer a relação entre causa e efeito, para perceber que São Paulo é essa porcaria que é porque está nas mãos de gente sem nenhum preparo para o trabalho de governá-la.
Causa e efeito.
Simples, não?
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