sábado, 9 de junho de 2012
Guerra à vista
O mundo está prestes a ver o início de mais uma guerra.
Há um ano a situação na Síria, governada há décadas pelo partido Baath, primeiro na figura de Hafez al-Assad e depois na de seu filho Bashar, vem se deteriorando. As notícias produzidas por órgãos de comunicação do Ocidente falam em resistência ao regime e procuram mostrar as forças leais a Bashar al-Assad como impiedosos assassinos, genocidas que precisam ser impedidos, a todo custo, de continuar matando seus compatriotas.
Todas as informações veiculadas por aqui são de fontes oposicionistas. Vez ou outra se acha na internet algum texto contestando a veracidade dessas notícias. Seja como for, a Síria é mais um exemplo de que, numa guerra, a primeira vítima é a verdade.
A ONU faz o seu papel costumeiro de, vergonhosamente, se aliar de modo incondicional aos interesses das potências ocidentais, especialmente aos Estados Unidos. Finge estar preocupada em garantir uma saída pacífica para a situação, mas, de fato, procura mesmo motivos para justificar uma intervenção armada no país.
Na verdade, isso já acontece. Os opositores do regime são financiados e armados por outras nações e contam com a supervisão e a ajuda de militares estrangeiros bem experientes nesse tipo de ação.
Qualquer semelhança com o que ocorreu na Líbia não é mera coincidência.
As únicas potências que ainda dão suporte a Bashar al-Assad e ao Baath são China e Rússia, por motivos óbvios: sabem que com a queda do regime, os Estados Unidos - e Israel - vão controlar praticamente toda a região, rica, entre outros recursos, em petróleo.
Sobraria apenas o Irã dos aiatolás a desafiar as ordens de Washington.
No Brasil a imprensa se coloca inteiramente do lado da cruzada americana, sem dar nenhuma importância à posição do governo, que se opõe a qualquer tipo de intervenção na Síria e é a favor de uma solução negociada.
Não há nada de novo nesse engajamento: a oligarquia que comanda a informação no país sempre foi e sempre será pró-americana e só ficará do lado do Brasil se seus governantes também estiverem, irrestritamente, apoiando o colonizador.
De tudo isso que se vê fica a sensação de impotência e de desesperança na constatação de que o mundo gira e gira e as coisas não mudam, o homem continua sendo o pior inimigo dele próprio, o cinismo supera amplamente a Justiça - e, acima de tudo, os inocentes pagam a conta da ganância dos poderosos.
A indústria da guerra prospera, enriquece poucos e sacrifica muitos.
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