quinta-feira, 17 de maio de 2012
"Linha Verde e Amarela sussa"
Quem andou recentemente no metrô paulistano já sabia que o acidente de quarta-feira, em que dois trens se chocaram e causaram dezenas de feridos, era uma crônica anunciada. O metrô está um lixo, completamente saturado, sucateado, as pessoas viajam como se estivessem indo num daqueles comboios dos nazistas que levavam os judeus para a morte, é um verdadeiro horror.
E, se de um lado temos essa situação de completo caos no transporte público em uma das maiores metrópoles do mundo, de outro ainda somos obrigados a ver e ouvir autoridades completamente divorciadas da realidade, sem coragem nem competência para exercer seus cargos, sem o mínimo de sensibilidade para entender o sofrimento que a população está passando ao ser obrigada a usar essas porcarias de trens e de ônibus, a gastar horas e mais horas para ir de casa ao trabalho ou para estudar.
A declaração do secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, ao tentar explicar o acidente, dá a dimensão exata do nível das pessoas que administram a cidade e o Estado: segundo disse aos jornalistas, o choque entre os trens foi uma "encostada forte" e as pessoas se machucaram por estarem distraídas.
O governador Geraldo Alckmin, seu chefe, não ficou atrás e preferiu, ao ser perguntado sobre o acidente, falar sobre tais e tais linhas que seu governo pretende construir, tais e tais investimentos feitos em transporte na cidade, aquele blá-blá-blá oco e vazio que não diz nada e é muito usado por político igualmente ocos e vazios. Quem não se lembra nessas horas do caricatural Paulo Maluf, que nunca respondia diretamente uma pergunta que julgasse inconveniente? Como se vê, ele fez escola.
Essa atitude do secretário e do governador revela o descaso com que atuam na gestão pública e demonstra a falta de sentimentos que parece ser a característica de certo tipo de político, de certo modo de política que levou o Brasil a ser um dos campeões mundiais de desigualdade econômica e injustiça social. Os dois, porém, são, como se diz, "cobras criadas", estão jogando o jogo há bastante tempo, conhecem todos os atalhos que tornam o exercício do poder algo extremamente prazeroso - para eles.
São da velha escola. A nova escola, ouço no rádio uma vozinha feminina, quer mostrar que existe um "novo modo de fazer política". Essa voz, porém, pertence à mesma pessoa que escreveu, no restrito e revelador espaço do Twitter, no exato momento em que milhares de pessoas se perguntavam o que fizeram de errado para sofrer tanto nesta terra paulistana, uma frase de indisfarçável ironia, que define perfeitamente o caráter dessa gente:
"Metro caótico, é? Nao fosse p TV e Tuíter, nem saberia. Peguei Linha Verde e Amarela sussa. #mtoloco."
É isso aí. Esse é o novo jeito de fazer política.
São Paulo não precisa de mais nada, está tudo "sussa", o resto é apenas #mtoloco.
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Motta, vc esqueceu de citar a autora do tuite #mtoloco:
ResponderExcluirSoninha Francine, a fan (?) numero um do Cerra...
Oi, Carlos, não esqueci, não.
ResponderExcluirÉ que prefiro não escrever, não citar e nem falar o nome da dita cuja. É um problema que eu preciso superar...
Ehehehe...
ResponderExcluirMelhor tomar um antialergico....
Ou melhor:
Já tem vacina contra febre galináacea?
Por sorte a composição possuia um condutor que acionou os freios de emergência a tempo de evitar uma catástrofe , se fosse um trem totalmente automatizado hoje estaríamos contando os mortos . Essa lógica tucana de querer transformar um bem público em uma empresa que visa apenas lucro é perversa e ainda vai trazer muito desgosto ao povo paulista . Infelizmente ainda temos 3 anos com essa gente a desmandar sobre nosso destino , vamos ver se o paulistano este ano se emenda e manda essa turma catar coquinho ou se vai preferir continuar sofrendo .
ResponderExcluirEta povo desatento! Viu que depois ela tentou se justificar, né?
ResponderExcluir"Helloooo, metro zoadaço mas, apesar do M.Vila Madá avisar "velocidade reduzida", estava normal qdo peguei. Q eu posso fazer?"
"Eta povo desatento. N É #mtoloco qdo tem um caos em um serviço (tipo metro) e vc passa por ele incólume?"
Se fosse por ela, a Radial já tinha virado uma grande ciclovia! Todo mundo pedalando. Afinal, na Vila Madá pedalar funciona.
jegue,
ResponderExcluirvão continuar sofrendo.
Sou de lá, conheço a "turma".
Por isso saí de lá, moro em Curitiba.
Tá, Curitiba é governado por PSDB, mas Sampa é "hors concours"...
Vamos aos fatos:
ResponderExcluir1 - Há uma parcela do povo paulista
e paulistano, tipo os que reclamam
da vida dentro do carro no transito,
das "baixaria" a que estão acostumados na tv,do preço das coisas que compram, da vida em mesa de bar e tá caro, mas banca,
cuja mentalidade é bem simbolizada
pelo sanduiche de mortadela-aqui
nao é critica a mortadela ou ao
quitute, mas ao estilo de vida-
o famoso "come mortadela e arrota
peru" e outra ala, formada pelos
"otavinhos"(vide emir sader) que
acham a "folha",o jo soares,o panico,o cqc,o olivetto, o fernando
meirelles e a 02,a isis valverde
tudo "the best", mas que em comum,
"mortadelas" e "otavinhos" votam
em PSDB e pagam pau pra globo(satã
imperial) eua(falido. Uma gente que
só sabe que existe alguma coisa
em termos de vida real quando
vai na virada cultural no centro
de sp na fila da galinha do DOM e
ve o fiasco que é isso tudo.
ATé quando!
2 - Uma solução de emergencia, baseada no rodizio de carros seria
cada regiao de sp ter um horario de ida e volta, tipo intervalo de uma hora entre uma regiao e outra.
Assim tipo quem entre as 7,sairia
as 17, quem entra as 8,as 18, entra
as 9, 19. Diminuiria um pouco a loucura do transito.
3 - Alguem ja viu o patio ferroviario de presidente altino
em osasco a quantidade de composições lá encostada? Nada que uma boa olhada no google maps ou ir
la pessoalmente pra ver. Essas composiçoes deveriam ser aproveitadas , via reforma, para
num primeiro momento reforçar o metro e a cptm.
4- Soninha deveria se assumir como bobinha rsss.
Muita farinha nesse arco-íris tucano!
ResponderExcluirEu trabalhei 12 anos no metrô e me "ensinaram" que uma colisão de trens era impossível, devido aos múltiplos sistemas de segurança. "Impossível", não "pouco provável". Mas o PSDB transforma o impossível em realidade.
ResponderExcluirFiorini, é isso aí:
ResponderExcluirO PSDB transforma sonhos em realidade!
Quem diria!