Todas as semanas, o Banco Central publica o boletim Focus, que mostra as projeções sobre a economia feitas pelos analistas do mercado financeiro. Ele serve para balizar uma série de ações do dito mercado, ou seja, integra um processo que se autoalimenta. O interessante é que as tais previsões mudam a cada divulgação de dados oficiais. Hoje, por exemplo, os analistas dizem esperar uma inflação oficial menor que a que projetavam anteriormente para este ano. O detalhe é que o IPCA de abril foi divulgado na quinta-feira, com uma taxa inferior à de março.
O mercado de análises, econômicas, políticas, de qualquer coisa, é próspero no Brasil. Tem muito empresário que paga caro para ter as tais "previsões" antes do concorrente, tem muito jornalista que só escreve em cima dos "papers" que as consultorias e os departamentos econômicos dos bancos e corretoras produzem. E, claro, como tais documentos estão recheados de números, tomam o ar de trabalhos científicos, incontestáveis, verdades absolutas que não podem ser negadas.
Mas quem se dispuser a comparar o que disse um analista qualquer no início do ano com o que realmente aconteceu vai ver que as projeções foram se modificando com o passar do tempo, conforme os dados oficiais foram se sucedendo.
Assim, já aconteceu de vários eminentes economistas preverem que o PIB iria ter uma expansão raquítica e ele crescer bem acima da média histórica.
O que esse pessoal faz é mais ou menos como trabalham os comentaristas nas transmissões de futebol: o time está ganhando, eles se derretem de elogios, mas basta ele tomar a virada para se tornar um amontoado de pernas de pau. Ninguém é capaz de passar para o pobre torcedor o que de fato está ocorrendo no jogo num determinado momento, como um dos times pode sair vitorioso, que táticas eles estão adotando - essas coisas que só são percebidas por alguém com um preparo especial.
No fundo, quase todos não passam de "achistas". por mais que enfeitem o bolo.
Numa partida de futebol, que não tem nenhuma consequência séria, esse comportamento até pode ser tolerado. Mas quando as pessoas se dispõem a comentar coisas que têm influência na vida do país, nas decisões de trabalhadores, empresas e governantes, o caso é diferente.
Mas é difícil mudar certos comportamentos. Principalmente quando eles fazem parte de um lucrativo negócio e integram uma rede de interesses bem mais profundos do que a gente pode imaginar.
Economistas ou humoristas http://arnobiorocha.com.br/2012/04/09/economistas-ou-humoristas/
ResponderExcluirPerfeito Motta. Sobre corrupção. Precisamos reagir.Precisamos deflagrar uma corrente de insatisfação e ações concretas contra a corrupção. Precisamos entupir os Ministérios Públicos estaduais e federal com denuncias de corrupção, para que a justiça possa condenar os safados. Exigir julgamentos e condenações nos casos concretos e comprovados. Saia do imobilismo. Não vamos fazer dessa corrente bandeira política pessoal. Não caia no mesmo erro. Vamos lutar contra a corrupção cometida por qualquer político, agente ou servidor público, de qualquer partido ou facção política. Não há meia honestidade. Ou recuperemos nossa autonomia e gerenciamento público, ou aceitemos calados nossa insignificância patriótica.
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