domingo, 8 de abril de 2012
Hora de baixar o juro bancário
Banco do Brasil e Caixa já atenderam ao apelo da presidente Dilma para baixar os juros que cobram em operações de crédito. O movimento pode levar os outros grandes bancos do país, como Bradesco, Itaú e Santander, a fazer o mesmo, sob o risco de perderem clientes. Os juros bancários no Brasil são obscenos, de deixar qualquer agiota vermelho de vergonha.
Quando fez o apelo para que as taxas fossem baixadas, Dilma deu um forte sinal de que, em seu governo, a produção tem muito mais importância que o rentismo.
Todos sabem os problemas que a indústria enfrenta hoje, com o real mais valorizado que o normal e a concorrência chinesa, principalmente (o chamado "custo Brasil" e as queixas recorrentes contra os impostos a gente deixa de lado, pois têm uma alta dose de choradeira). E qualquer um percebe que o governo está preocupado em dar condições decentes para que as empresas possam satisfazer o mercado interno, que tem sido o motor da economia.
O sistema financeiro, que nesses últimos anos não se cansa de apresentar balanços com lucros recordes, certamente está em condições bem melhores que a indústria. E deve ter sido isso que motivou o puxão de orelhas que a presidente deu neles, com a sua crítica ao elevado "spread" bancário (a diferença entre juro que é cobrado do cliente e o que é pago nas aplicações financeiras).
Se as leis do mercado funcionarem minimamente no país, em breve será possível às pessoas fazerem empréstimos bancários sem que para isso tenham de comprometer toda a sua renda, como é hoje, devido aos juros extorsivos que são cobrados.
Ninguém é contra ganhar dinheiro - afinal, essa é a lógica do capitalismo. Mas tudo deve ter seu limite. No Brasil, se existe um setor que ultrapassou todos os limites para satisfazer a sua ganância foram os bancos.
Quem sabe agora eles tenham de viver um pouco mais sob a lógica da competição e da eficiência.
Como símbolos do sistema capitalista, eles não devem se queixar disso.
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