domingo, 15 de abril de 2012
Com a mão no vespeiro
Os bancos sentiram o golpe e parece que estão dispostos a resistir ao pedido do governo federal para que baixem os juros que cobram de seus clientes. Imediatamente depois do anúncio de que Caixa e Banco do Brasil baixariam as taxas, a imensa máquina de propaganda das instituições financeiras começou a se mexer e apareceram na imprensa inúmeros textos explicando os motivos por que é impossível reduzir o chamado "spread" (a diferença entre o que os bancos pagam pelo dinheiro que tomam emprestado e o que cobram quando emprestam o dinheiro) e - pasmem! - o que o governo deveria conceder a eles para que fosse possível acompanhar o movimento iniciado pelas duas instituições públicas.
Por ordem da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou duro com os bancos. Disse que eles têm, sim, grande margem para baixar seus juros e que era inconcebível que fizessem qualquer tipo de reivindicação ao governo. Tudo indica que o governo resolveu enfrentar o oligopólio bancário para que o crédito ao consumidor ajude o país a crescer, neste ano, mais que no anterior.
É uma missão difícil essa a que Dilma se propôs. Tratar com banqueiros não é mole, não. Eles estão nadando de braçadas há tanto tempo no Brasil que devem se considerar um setor econômico à parte do resto, com leis próprias e um imenso poder.
De fato, até agora, com alguns pequenos sobressaltos na trajetória, os bancos mandaram e desmandaram no país, impuseram a todo o povo tarifas exorbitantes e taxas de juros estratosféricas, sempre com a complacência de uma autoridade monetária formada por ex-funcionários dos ... bancos.
Há alguns anos, quando o mercado foi aberto para os estrangeiros, o que se dizia era que com a vinda das grandes instituições, o mercado brasileiro iria, enfim, ficar competitivo. O que se viu, porém, foi um processo de concentração, os grandes que aqui chegaram se fortalecendo cada vez mais com a compra dos pequenos e médios - ou daqueles que passavam por dificuldades -, até que por fim se chegou ao cenário de hoje: Bradesco, Itaú, Santander e HSBC fingindo que competem entre si para fechar o balanço com lucros que a gente nem é capaz de imaginar de tão altos que são.
Ainda é cedo para dizer quem vai vencer essa batalha que se anuncia, se o governo ou a banca. Mas o simples fato de aparecer um governo disposto a enfrentar o oligopólío já é algo que deixa a todos confiantes e esperançosos.
Afinal, não seria ótimo entrar numa agência bancária sem ter a impressão de estar sendo assaltado - não por um fora da lei qualquer, mas por senhores que se vestem na última moda, são extremamente educados, frequentam os melhores restaurantes, passam férias no Primeiro Mundo, falam várias línguas, que são, enfim, respeitáveis membros da nossa elite?
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Parece sonho mais não é. A PresidentA DILMA, Prof. GUIDO e, por conseguinte, a sociedade parece, por agora, a um passo da vitória total. O Brasil mudou. A sociedade avançou. A direita estagnou. Esta lá: "....O HSBC anunciou nesta quinta-feira redução dos juros em algumas linhas de crédito voltadas à pessoa física. Os cortes foram nas linhas de empréstimo pessoal, financiamento de veículos e crédito consignado, segundo comunicado do banco inglês à imprensa. As taxas menores começam a valer imediatamente. O HSBC foi o primeiro banco privado a reduzir taxas. Na segunda-feira, a Caixa Econômica Federal baixou os juros, com alguns dos cortes chegando a 88%...".
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