segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Seu Diniz e a sacolinha


Foi só pedir uma sacolinha de plástico para ouvir a caixa da padaria reclamar:
- São as últimas, depois que acabar a ordem é não dar mais. Os fregueses querem me matar quando eu falo isso para eles...
Pois é, até a padaria da esquina resolveu surfar na onda ambiental, se aproveitar dessa história que as grandes redes de supermercados inventaram para faturar mais, deixando de fornecer as malditas sacolinhas de plástico para a freguesia.
Muita gente acredita de verdade que o Pão de Açúcar, o Extra, o Carrefour, o Walmart, esses grandes tubarões do varejo, junto com um monte de outros espertalhões, estão preocupados em salvar o mundo.
Besteira. Eles pensam apenas em aumentar seus lucros, já estratosféricos. 
Pouco me importa se vão deixar de dar sacolas de plástico, desde que embalem, com o material que quiserem, de maneira decente, os produtos que eu compro, seja qual for: comida, livros, flores...
Lembro bem que antigamente, no mundo pré-plástico, os supermercados davam sacos de papel para que a gente embalasse as nossas compras.
Por que eles não fazem isso novamente, já que estão tão preocupados com o efeito devastador do plástico na vida do planeta?
Ou então, por que não fornecem outras sacolas, gratuitamente, para os seus fregueses?
Por que nós, os consumidores, vamos ter de comprar as sacolas?
Por que, sempre, nós, os consumidores, somos prejudicados?
São essas perguntinhas simples que eu faria se encontrasse, por um desses acasos da vida, o seu Diniz na padaria da esquina. 
Mas é claro que isso nunca vai acontecer. 
O seu Diniz não frequenta a padaria da esquina e se, por um desses acasos da vida, lá estivesse, não seria para comprar meia dúzia de pãezinhos.
Se ele fosse até lá seria para comprar a padaria toda, apenas com o lucro a mais que vai ter por deixar de dar as sacolinhas de plástico para os seus milhões de fregueses.
O seu Diniz não é bobo como a gente, que acredita que o mundo vai acabar amanhã por causa das sacolinhas de plástico.

5 comentários:

  1. Tá... Mas a considerar:
    1) O saquinho de papel de antigamente custa 10x mais que um saquinho de plástico e demanda a queda de muitas árvores e, em sua fabricação, de muita água também. Ou seja, não é mais ecológico do que o saquinho de plástico...
    2) Você pode levar a sua própria sacola ou, gratuitamente, usar as caixa de papelão fornecidas no supermercado.

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  2. 1) Quem sempre pagou o preço das embalagens - de plástico, de papel, de qualquer material - a vida toda foi o consumidor - está embutido no valor cobrado pela mercadoria. Papel pode ser reciclado, árvore pode ser replantada. Não quero discutir o que é mais ou menos ecológico. Sei apenas que antes do plástico sempre se usou papel para embrulhar tudo. E o mundo não acabou.
    2) E por que eu tenho de andar com uma sacola? E se eu estiver sem uma sacola e resolver comprar um quilo de batatas, o que faço, ponho no bolso da calça ou na caixa de papelão imunda que o supermercado gentilmente me oferece? E se eu tiver de pegar uma condução, o que faço, carrego a caixa no ônibus? Convenhamos, é bem mais prático para o consumidor ter a mercadoria que compra devidamente embalada, seja lá em que material for: papel, plástico comum, plástico biodegradável, isopor, madeira, ferro, aço, seda, qualquer coisa. Afinal, ele paga - e muito - para isso.

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  3. "Sei apenas que antes do plástico sempre se usou papel para embrulhar tudo. E o mundo não acabou."

    Ocorre, Motta, que os níveis de consumo da época da sacola de papel são incomparáveis aos de hoje. Não há como se produzir tamanha quantidade para a geração atual. Insustentável. O custo de uma sacola retornável (ínfimo, diga-se de passagem) se paga com tranquilidade ao longo de sua vida útil. É preciso parar de produzir tanto lixo (reciclável ou não). Abs

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  4. Então, se o custo da sacola retornável é ínfimo, que o comerciante fique responsável por ele. Por que todo custo tem de ser do consumidor? Com o lucro que os varejistas têm, dava para dar sacola retornável para todo mundo. E ainda ia sobrar um monte...

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  5. quando eu era crianca no rio de janeiro era tudo no saco de papel, hoje aqui em porto velho os supermercado distribuem sacolas biodegradaveis, gratuitamente

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