quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Os orgulhosos velhinhos do Texas

O Alamo: para os texanos é como se fosse o Taj Mahal

A última viagem internacional que fiz, há mais de uma década, foi para o Texas. Lá, o grupo de jornalistas que eu integrava foi levado para várias cidadezinhas, nas quais, invariavelmente, conhecíamos um museu qualquer, guiados por um voluntário qualquer. Não falhava. Íamos almoçar em algum lugar, mas antes éramos levados para visitar alguma casa que havia virado um museu. E lá estava o guia, um aposentado (a) local que trabalhava como voluntário, que nos enchia, radiante de alegria, de informações sobre o local.
Fiquei impressionado com isso. Nunca vi tanta gente orgulhosa de suas coisas, de sua história como aqueles texanos.
Hoje, 7 de setembro, me lembrei disso e de uma matéria que a revista "Piauí" fez, acho que em 2007, com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na qual, entre outros temas, ele falava sobre o que pensava do Brasil. Resgatei algumas de suas frases, verdadeiras pérolas que exemplificam um tipo de pensamento corriqueiro no país. Aí vão:
"Como eu ia dizendo, é bom ser brasileiro: ninguém dá bola." 
"Que ninguém se engane: o Brasil é isso mesmo que está aí. A saúde melhorou, a educação melhorou e aos poucos a infraestrutura se acertará. Mas não vai haver nenhum espetáculo de crescimento, nada que se compare à China ou à Índia. Continuaremos nessa falta de entusiasmo, nesse desânimo." 
"Quais são as instituições que dão coesão à sociedade ? Família, religião, partido, escola. No Brasil, tudo isso fracassou." 
"No meu governo universalizamos o acesso à escola, mas para quê ? O que se ensina ali é um desastre."
 "A parada de 7 de setembro é uma palhaçada." 
"Parada militar no Brasil é pobre pra burro. Brasileiro não sabe marchar. Eles sambam … A cada bandeira de regimento a gente tinha que levantar, era um senta levanta infindável. Em setembro venta muito em Brasília e o cabelo fica ao contrário."
Claro que não se deve levar FHC a sério. Há tempos ele virou uma caricatura de si mesmo e, assim, a personificação desse tipo de indivíduo com a mentalidade colonizada, que só enxerga defeitos em sua terra, um bobalhão que sabe apenas viver macaqueando os estereótipos cuspidos pelo Hemisfério Norte, os modismos de todo o tipo que os espertalhões de lá nos impingem.
Fico imaginando se nós, brasileiros, um dia conseguiremos nos livrar desse complexo de vira-latas que nos impede de ter orgulho de nós próprios e nos faz balançar o rabo para qualquer sujeito que fale inglês - não importa o sotaque.
Pelo menos nesse aspecto aqueles velhinhos do Texas levam vantagem sobre nós, pois são capazes de fazer os visitantes acreditarem que um museu de pesca espremido numa sala e composto de alguns ossos de peixes e umas partes de um barco é a coisa mais importante do mundo.
Isso sem falar do Alamo, missão onde ocorreu a mais famosa batalha da independência do Texas, em 1836, cujas ruínas, em San Antonio, são reverenciadas como se fossem da mesma estatura, sei lá, das pirâmides do Egito ou do Taj Mahal.
Ou do Cristo Redentor abençoando a Cidade Maravilhosa.

2 comentários:

  1. O povo não participa do Dia da Independência porque nossa independência ainda não foi conseguida. Essa que está ai ( a da história do Brasil) veio de cima para baixo, bem diferente da de outros países como os USA, que conseguiu a independência de baixo para cima ou seja o povo que a conseguiu com uita obstinação e luta. O resto é palhaçada e se for para levantar histórias engraçadas que tal algumas do "barbudinho" também? Esse conseguiu sim a independência dele e dos amigos, principalmente a independência financeira. Veja só o que esta acontecendo em Brasilia.....

    ResponderExcluir
  2. Penso eu que só nos tornamos independetes em 1/ de janeiro de 2003 . Pois foi a partir desta data que deixamos de dizar amem ao império e paramos de tirar os sapatos em algandegas .
    E o Fhc não deve mesmo ser levado a sério , pois um sujeito que passou 18 anos sendo enganado não tem nenhuma credibilidade .

    ResponderExcluir