quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Fidelidade partidária
O PSD, que teve o seu registro autorizado ontem pela Justiça Eleitoral, nasce com cerca de 50 deputados e dois senadores. Já pode entrar com força no jogo de barganhas a que o Congresso se dedica com extrema assiduidade e eficiência. Afinal, entre seus integrantes estão parlamentares bem acostumados com essa prática.
O pessoal da direita acha que pode emplacar o voto distrital numa hipotética reforma eleitoral, para assim eleger milhares de coronéis pelo Brasil afora.
A turma da esquerda bota fé no financiamento público de campanha para frear a corrida desenfreada pelo caixa 2 em que se transformaram as eleições.
Cada um puxa a sardinha para o seu lado. E se esquece do principal ponto a ser debatido se quiserem fazer uma mudança para valer nas regras políticas - a fidelidade partidária.
Isso porque não é possível que as coisas continuem do jeito que estão, com a possibilidade de um partido nascer já com uma representação parlamentar maior do que vários outros estabelecidos há décadas, como o caso desse PSD.
Se quiserem mesmo que o país tenha uma legislação política/eleitoral que sirva para fortalecer a democracia é preciso dar um basta definitivo a esse troca-troca que os parlamentares ficam fazendo, levando os seus mandatos para quem pagar mais por eles.
Ora, ninguém pode obrigar um sujeito a ficar no lugar onde ele não se sente mais à vontade, ou que mudou seu modo de agir. Ele tem todo o direito de ir embora, mas sem levar o mandato que conseguiu para outra agremiação. O certo é que vá embora e deixe o mandato para alguém do partido que está abandonando. E essa regra não pode ter exceção.
Ouço desde sempre que é preciso que o Brasil tenha partidos ideológicos e não fisiológicos como hoje. Mas como será isso possível se um tipo como o prefeito paulistano Gilberto Kassab, de absoluta inexpressidade, acabe, de uma hora para outra, virando uma liderança nacional só porque viu uma brecha na legislação que o permitiu sair da porcaria de partido em que estava para formar um novo?
Ora, convenhamos, não há mundo melhor para os oportunistas que apostam na política como o investimento mais lucrativo do que deixar tudo como está.
Ou mexer de modo que tudo continue como sempre foi.
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