quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sonho meu


Desta vez parece mesmo que o Corinthians vai ter o seu tão sonhado estádio. Graças à Copa do Mundo que será realizada no Brasil, e, principalmente, à aproximação entre seu presidente, Andrés Sanchez, e o cartola-mor do futebol brasileiro, o indestrutível Ricardo Teixeira - e, também, à influência do ex-presidente Lula, torcedor do time, que convenceu a construtora Odebrecht a fazer a obra.
A grande amarração política para erguer o Itaquerão passou também pela concordância do prefeito paulistano, Gilberto Kassab, e pelo governador Geraldo Alckmin. Como a linha de crédito especial do BNDES para os estádios da Copa, de R$ 400 milhões, não era suficiente para bancar o projeto, Kassab deu um jeitinho de arranjar mais R$ 420 milhões ao Corinthians.
A ajuda estatal não parou aí, porém. O projeto corinthiano é construir um estádio com 48 mil lugares, mas para que ele seja palco da abertura da Copa são necessários 60 mil assentos. Assim, o governo do Estado vai bancar os 12 mil lugares que separam São Paulo da festa inaugural da competição.
Ou seja, dará, parece que a fundo perdido, algumas dezenas de milhões de reais para a obra. As autoridades não veem nada demais nisso. Alegam que como a arquibancada e os outros "puxadinhos" serão apenas provisórios, servindo apenas para a Copa, o Corinthians não será beneficiado.
A Copa do Mundo de futebol é o maior evento esportivo do mundo. Traz imensos benefícios para o país que a organiza. O Brasil tem tudo para promover uma Copa espetacular. O estádio do Corinthians é muito bem-vindo para São Paulo, cidade com enormes carências nos setores esportivo e cultural.
A preocupação que todos têm em relação ao andamento da carruagem é sobre a transparência com que ela vai trafegando. Cada hora aparece uma coisa nova, como essa grana estadual para a obra. Ou o mistério sobre de onde sairão os R$ 30 milhões para a retirada dos dutos da Petrobras que passam sob o terreno do Itaquerão.
Como estamos no país do "jeitinho", onde tudo é arranjado da melhor maneira para que todos os atores saiam contentes do espetáculo, essa Copa do Mundo bem que poderia ser um divisor de águas, um megaevento cuja organização fosse um exemplo de lisura, austeridade financeira, controle de gastos e de apetite por lucros fáceis e nem sempre legais.
Ah, como é bom sonhar!

Um comentário:

  1. Recomendo fazer o 'download' deste vdeo.

    A Guerra de Murdoch Contra o Jornalismo

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