segunda-feira, 18 de julho de 2011

A vila de São Paulo


Manifestações artísticas, principalmente a atuação de músicos, são a coisa mais comum em qualquer grande cidade. Deixam as metrópoles mais humanas, fazem bem ao cidadão e ao artista. Em São Paulo, porém, não são permitidas - tanto é que a Prefeitura resolveu editar uma portaria para regulamentá-las!
Interessante é que a iniciativa parte exatamente desses almofadinhas neoliberais que não se cansam de denunciar  a intervenção estatal em todos os setores da vida humana.
E eles pegam pesado.
Querem disciplinar tudo: o espaço que cada artista deve ocupar na calçada, o horário em que devem trabalhar, o local em que isso será permitido, até mesmo se podem ou não passar o chapéu para recolher uns caraminguás.
Só falta dizer que música devem tocar e que roupa será permitida...
A lista de imbecilidades para classificar esta atual administração como uma das piores de toda a história paulistana se completa assim perfeitamente.
Kassab e sua turma desta vez capricharam. Conseguiram rebaixar a megalópolis, que muitos acham que é uma das mais cosmopolitas capitais do mundo, a uma vilazinha perdida no interior, aquelas que a gente vê nos filmes do Mazzaropi, onde o padre media a saia das moças, ditava o horário de recolher e excomungava quem não rezasse na sua Bíblia...
Ah! Se nós tivéssemos por aqui o saudoso e inesquecível Stanislaw Ponte Preta...
Carioca, poderia se queixar do frio, da chuva, da poluição, mas nunca dessa fonte inesgotável de notícias para o seu Febeapá - o onipresente Festival de Besteiras que Assola o País - chamada Prefeitura de São Paulo.

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