domingo, 24 de julho de 2011

Máquinas de dinheiro


O vexame que a seleção brasileira deu na Copa América parece ter sido apenas a ponta de um enorme iceberg que esconde as reais mazelas do futebol brasileiro, antes, disparado, o melhor do mundo.
Os "craques" que a querida "crônica esportiva" diariamente nos revela, mostraram os jogos na Argentina, não passam de jogadores medianos que são impiedosos quando o adversário é o Tucunaré FC, ou qualquer outro equivalente ao Ibis pernambucano.
Mas quando esse pessoal, uma molecada extremamente preocupada com cortes de cabelo, roupas de grife, marcas de carro, conta bancária e outros símbolos deste nosso capitalismo que se mistura cada vez mais com o consumismo, tem pela frente times mais ou menos organizados, que conhecem o beabá futebolístico, as coisas se complicam. O passe vai direto para o pé do marcador, a grama de repente fica mais alta, o chute sai torto...
É de doer.
Como dói ver como andam as coisas no Brasileirão, eleito por um instituto alemão especializado em futebol o terceiro melhor campeonato do mundo, atrás apenas do espanhol e do argentino.
É impressionante como tem enganador e pilantra pelos campos...
Alguns, como a dupla Ronaldo Gaúcho e Thiago Neves, do Flamengo, na maior cara de pau do mundo, chegam ao cúmulo de dizer que fizeram de tudo para serem punidos para assim ficar de fora de uma partida no interior fluminense.
O atacante Kleber, do Palmeiras, foi além: depois de ofender publicamente nada menos que o presidente e o vice-presidente do clube, inventou uma contusão para que pudesse esticar as negociações para se transferir para outro time.
O festival de rasteiras no torcedor, porém, não se limita aos jogadores. Os próprios clubes resolveram esculhambar de vez o futebol, com atitudes altamente condenáveis. E não estou falando em mandar embora o técnico só porque os atletas, para se verem livre dele, não fazem a menor questão de ganhar os jogos.
O caso é mais sério. Como a aula de patifaria dada pelo Fluminense, que, mesmo sabendo que um tal de Martinuccio, argentino que estava no uruguaio Penarol, tinha assinado um pré-contrato com o Palmeiras, ofereceu um salário mais gordo para que ele vestisse a camisa tricolor. E não é que o rapaz simplesmente ignorou o documento que havia assinado para escrever seu nome em outro que lhe dava mais vantagens?
A coisa está muito feia. E não adianta dizer que a culpa é toda do Ricardo Teixeira, ou do Mano Menezes, ou dos cartolas em geral. É também deles, claro. Mas muito mais de uma estrutura montada ao longo dos anos para iludir o torcedor, deixar algumas poucas pessoas milionárias e transformar jovens ingênuos, pobres, semialfabetizados, em máquinas de ganhar dinheiro - e, como se sabe, as máquinas não pensam.

Um comentário:

  1. Sobre o caso Flu x Palmeiras e Martinuccio, eis o qiue obtive de um comentário postado num site:

    O FATO é…

    No contrato do Martinuccio com o Peñarol, obviamente anterior a qualquer pré-contrato com Palmeiras, constava uma cláusula de opção de compra dos direitos econômicos do Martinuccio por um valor pré-fixado (a ser exercido pelo Peñarol) com renovação automática do contrato. Essa opção poderia ser exercida até o dia 30 de Julho.

    O Palmeiras, IGNORANDO completamente isso, considerou que PODERIA assinar um pré-contrato a valer a partir do final do contrato do Martinuccio com o Peñarol, ou seja, a partir de 1 de Agosto. SEM PAGAR NADA ao Peñarol.

    Mas eu pergunto: e se o Peñarol exercesse a opção de compra?????

    Nesse caso o pré-contrato com o Palmeiras não valeria nada.

    Aliás, com essa cláusula de opção de compra será que o Martinuccio poderia ter assinado algum contrato com vigência futura (o famoso pré-contrato, que na verdade é um contrato de trabalho) com outro clube antes do dia 30 de Julho???

    O que eu faria… e me parece que o Flu fez foi negociar diretamente com o Peñarol e dar ao clube uruguaio a grana para exercer a opção de compra.

    Não tenho as informações precisas mas o que me parece (pelo que li e ouvi por aí) é que o Flu deu a grana para o Peñarol exercer a opção de compra (não sei a fonte desse dinheiro) e em virtude disso passou a dividir os direitos econômicos do Martinuccio com o Peñarol meio à meio.

    Na teoria o Peñarol teria comprado os direitos econômicos do jogador, exercendo a opção de compra que constava no contrato, e porteriormente vendido 50% para o Flu.
    Tudo isso foi feito RESPEITANDO o contrato do Martinuccio com o Peñarol… contrato que é ANTERIOR ao contrato do jogador com o Palmeiras.

    O que o palmeiras pode fazer contra isso???

    Na minha humilde opinião absolutamente NADA.

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