domingo, 1 de maio de 2011

Os carros chineses


Passei umas duas horas do sábado tirando umas dúvidas que tinha sobre algo que é repetido ad nauseam pelas ditas publicações especializadas: a qualidade dos carros chineses que começam a chegar ao país é péssima. Fui então em três concessionárias desses veículos que ficam não muito distantes de casa: uma da Lifan, outra da JAC e a terceira da Chery.
E a surpresa foi total: os carros, que dizem os nossos especialistas, são muito inferiores aos "nacionais", têm, na verdade, um acabamento muito melhor que os da mesma categoria de preço, e recebem de fábrica um monte de equipamentos de conforto e segurança, ao contrário dos "nossos" - e tudo isso por um preço menor!
Claro que o exame dos veículos não foi aprofundado, mas nem por isso não deu para notar que o material usado equivale aos dos carros "brasileiros", com a diferença que os chineses oferecem muito mais por menos. Fora isso, os carros são bem desenhados, têm aspecto moderno, e alguns fogem da mesmice que se vê por aí: é quase impossível, sem prestar atenção, diferenciar um modelo do outro nas ruas da cidade. E as cores, então? Sempre aquele preto/prata, com alguns raros de toques de vermelho, como se o Brasil fosse uma tristeza só... Até nisso os chineses capricharam: o que menos se vê nas revendas é carro preto ou cinza.
Não tenho mais dúvida que, se essas empresas souberem manter um serviço de pós-venda pelo menos razoável, com oficinas que não cobrem o olho da cara como as das "nossas" montadoras e bom estoque de peças, também a um preço justo, elas darão muito trabalho às chamadas "quatro grandes" (Volks, Fiat, GM e Ford) e às outras francesas e japonesas que montam carros - e faturam milhões - no Brasil.
Embora haja um número reduzido de pessoas que têm tanta fascinação por marcas de carro como alguns têm por times de futebol, a grande maioria não está nem aí para isso. Quer mesmo um veículo que tenha mecânica confiável, que não o deixe na mão na hora de trabalhar ou passear, que seja confortável, e, principalmente, que não pese muito em seu bolso. Afinal, ter um carro hoje em dia é uma considerável fonte de despesas.
O seu dono tem de arcar com uma série de custos, além da obrigação de abastecer e manter o veículo em condições de funcionamento. Haja IPVA, DPVAT, taxa de licenciamento e de inspeção veicular, seguro.... e as multas, é lógico.
As montadoras instaladas no Brasil e o governo federal, porém, não devem estar contentes com a invasão chinesa. O governo está preocupado com o desequilíbrio da balança comercial e as montadoras temem perder participação num mercado que, nos últimos anos, começou a se expandir além do imaginado. Além disso, já se acostumaram a espoliar, com produtos inferiores e preços estratosféricos, o tolo e influenciável consumidor brasileiro.
Para ele, todavia, a chegada com força da concorrência chinesa é muito bem-vinda. Aumenta o leque de opções, e o oligopólio exercido pelas "quatro grandes", com a concordância de franceses e japoneses, poderá, finalmente, ser quebrado. Vai ser uma briga e tanto.
Os nossos "especialistas", alguns que sequer conhecem os princípios básicos de um motor à explosão, pelo que li e pelo que vi no sábado, já escolheram o lado em que vão ficar. É possível, porém, que tenham feito a escolha errada.

Um comentário:

  1. DE FATO VOCÊ TEM RAZÃO ESTIVE EM UMA REVENDA DA JAC E FIQUEI IMPRESSIONADO COM OS CARROS J3 NÃO FICAM DEVENDO NADA AOS NACIONAIS. AGORA VOU LHE DIZER TIVE UM MONZA 89/90 DESDE ZERO POR 19 ANOS O ACABAMENTO DELE DAVA DE 10000 A ZERO NO MEU ATUAL CARRO UM ASTRA 2010 E ERA SOMENTE À ALCOOL O MEU ASTRA É FLEX MAS SO USO GASOLINA VOCE DE FATO ESTA CERTO ABRAÇOS SERGIO

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