segunda-feira, 14 de março de 2011

Se fosse no Brasil...


O locutor da emissora de rádio paulistana que comentava, na sexta-feira de manhã, a tragédia no Japão, não se fez de rogado e puxou o assunto para os seus companheiros de programa:
-  Só 300 mortos. Se fosse no Brasil...
Aí se seguiu uma série de disparates que mostra quanto mal fez aos brasileiros esses anos todos em que o país viveu como uma colônia americana, como o primo pobre que só sabe lamentar a sua triste situação e invejar os feitos do parente afortunado.
Se fosse no Brasil...
É incrível como ainda existem pessoas capazes de ignorar que o Brasil já deixou para trás a sua condição de pobre coitado e hoje é respeitado mundialmente, em todas as áreas. 
É incrível como parte de nossa imprensa ainda se apega a chavões e mentiras para manter a auto-estima do povo lá embaixo, cultivando a "síndrome do vira-lata" de maneira incessante.
Se fosse no Brasil...
Ora, tragédias como as que se abateram no Japão e na região serrana do Rio de Janeiro não podem sequer ser comparadas, pois são de natureza completamente distintas.
A única semelhança entre ambas é o fato de que são incomensuravelmente maiores que a capacidade do ser humano de prevení-las. No Japão ou no Brasil ou em qualquer parte do mundo.
Eventos como esses devem, isso sim, servir como exemplos para que o homem reflita sobre os rumos que impõe à sua vida miserável neste planeta, para que compreenda as suas limitações e repense sobre os terríveis erros que vem cometendo século após século.
São avisos que a natureza dá. Ouve quem quer ouvir. 

Um comentário:

  1. Dá pra se notar que no Japão coo em qualquer parte domundo a imprensa não trabalha dentro da realidade dos fatos.
    É admirável como o japonês (no Japão) é capaz de conviver com as tragédias.
    Eu tenho dúvidas é se eles seriam capazes, como os brasileiros, de suportar as tragédias da corrupção, da pobreza e do abandono, resignados ainda a ter que ouvir tamanhas imbecilidades, como temos suportado e que aos poucos estamos vencendo.

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