O J3 da JAC: com tudo o que o "nacional" não tem
O carro da JAC que estreia no mercado, o J3, assim como outros chineses, é vendido com itens que para as outras montadoras que dominam o mercado são considerados "opcionais" - direção assistida, freios ABS, ar-condicionado e airbags, entre os principais. Ou seja, o comprador não precisa gastar cerca de um quarto do valor do bem para andar com um mínimo de segurança e conforto.
Além disso, os chineses custam menos que os "nacionais", apesar dos 60% de imposto de importação que pagam para entrar no Brasil - além, é claro, dos tributos "domésticos". O preço tem a ver, lógico, com o yuan desvalorizado – que facilita a exportação –, com o real sobrevalorizado – que ajuda a importação –, com a mão de obra barata, mas, principalmente, com a escala de produção dos veículos.
Há poucos anos, a China tinha uma indústria automobilística incipiente, com poucos produtores e compradores. Hoje, possui mais de uma dezena de fabricantes que abastecem o enorme mercado local e já começam a disputar o de outros países, principalmente do Terceiro Mundo e emergentes.
A qualidade, antes tão contestada, melhorou na mesma proporção que piorou a de tradicionais produtores ocidentais e asiáticos, às voltas com recalls que cada vez mais comprometem a sua imagem.
Em pouco tempo a Chery terá uma fábrica no Brasil, no município paulista de Jacareí. Nela, pretende fabricar veículos para toda a América Latina. O investimento é de quase meio bilhão de dólares.
A JAC, que já colocou seu J3 para testes das publicações especializadas, além do preço, oferece garantia inédita de 6 anos para o produto e revisões também baratas, além de garantir o necessário estoque das peças principais. Além disso, realizou mais de 2 milhões de quilômetros de testes com o modelo, que recebeu, para atender as especificidades do mercado brasileiro, mais de 200 modificações. E começa as operações com uma rede de 50 concessionárias.
A invasão chinesa não é brincadeira. Deitadas eternamente em seus berços esplêndidos, as chamadas "quatro grandes" (Volkswagen, Fiat, GM e Ford), que dominam mais da metade do mercado brasileiro, devem estar
agora se preparando para acordar de um longo sono. Talvez, com essa concorrência indesejada, passem a oferecer produtos de qualidade superior e preço mais baixo - uma equação que parece impossível no Brasil, mas que tem se provado muito eficiente em todo o restante do mundo.
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