domingo, 27 de março de 2011

O que nos une nos separa


Em tom de blague, um artigo publicado no jornal inglês "Financial Times" sugeriu que Portugal fosse anexado ao Brasil como forma de solucionar os seus graves problemas econômicos. A sugestão foi feita dias antes de a presidente Dilma Rousseff desembarcar em terras lusitanas - a sua visita se inicia nesta terça-feira, dia 29, num momento crítico para o país, que passa, além da crise econômica, por uma convulsão política.
É certo que Dilma não vai sugerir ao presidente luso, Cavaco Silva, nem ao primeiro-ministro demissionário José Sócrates, nenhuma iniciativa que sugira a submissão econômica de Portugal ao Brasil. E é isso, exatamente, o que preocupa os irmãozinhos do outro lado do oceano.
É que os portugueses gostariam muito de ver o Brasil comprando seus títulos da dívida e, também, que as empresas brasileiras investissem pesadamente no país, iniciativas que ajudariam bastante na recuperação lusa. Dilma e os empresários que a acompanharão na visita não deverão se comprometer com as demandas portuguesas. Uma pena, pois a oportunidade é única.
O Brasil, que passou a pensar grande e atinge aos poucos o status de potência mundial, bem que poderia reforçar ainda mais os históricos laços que o ligam a Portugal, estabelecendo uma relação em que ambos os países saíssem ganhando.
Há muito ainda o que se fazer nesse intercâmbio entre os dois países, de cultura tão semelhante e tão diversa, com afinidades e diferenças profundas, com interesses tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes.
Seria muito bom que a distância entre as duas nações fosse estreitada ao ponto de a língua comum entre elas passasse a ser realmente um ponto de união e não de separação, como infelizmente ocorre hoje.

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