Inauguração é modo de dizer, já que os trens vão correr ainda de modo experimental, apenas umas poucas horas por dia, sabe-se lá por quanto tempo.
Para a máquina de propaganda tucana isso não importa. O que vale é que a estação, novinha, vai ser fotografada e filmada de todos os ângulos e ninguém vai se lembrar de perguntar às autoridades porque, 11 anos depois de iniciado o processo de construção da linha 4, apenas 5,2 quilômetros dos 12,4 quilômetros de trilhos do trajeto total estão funcionando. Trata-se de um recorde mundial de lerdeza.
Também vai passar batido o fato de que a estação Pinheiros, a próxima a abrir, custou a vida de sete pessoas e prejuízos materiais para dezenas de outras.
Ou que as obras de acabamento de cinco outras estações sequer foram licitadas.
Ou que ainda não se sabe quando será feita a nova licitação para a linha 5-lilás, cujo edital foi para o lixo depois das denúncias de fraude.
E enquanto a festa de marketing da estação Butantã ganha destaque em toda a mídia, a cidade continua com seus engarrafamentos gigantescos, com a população atormentada por um transporte público de péssima qualidade e de altíssimo custo, com o risco iminente de, a qualquer nova chuva, milhões de pessoas serem seriamente prejudicadas.
São Paulo já foi chamada de "a locomotiva do país". Bela locomotiva essa, que nem trilhos tem para correr.
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