quarta-feira, 9 de março de 2011

Carroças modernas


Desinformação e preconceito não são exclusividade dos mal educados terceiro-mundistas ou dos habitantes dos chamados países em desenvolvimento, caso do Brasil. Os ricos e poderosos europeus também contribuem sobremaneira para tornar este um planeta dos mais desagradáveis para se viver.
Pois não é que, segundo relato da Deutsche Welle, o governo, a indústria automobilística e as petrolíferas da Alemanha decidiram iniciar uma ofensiva para esclarecer os motoristas do país sobre o uso da E10, a nova gasolina com 10% de etanol. O combustível vem sendo rejeitado pelos consumidores, que temem estragos nos motores dos seus carros.
Depois de dias de troca mútua de acusações, as partes chegaram finalmente a um acordo para evitar o fracasso do projeto E10. Ficou decidido que haverá listas explicativas nos postos de combustível de todo o país. Os motoristas poderão consultar as listas para saber se o seu modelo de carro aceita o novo combustível sem problemas.
As informações sobre a compatibilidade dos motores com a nova gasolina estarão disponíveis também na internet. Além disso, os clientes serão informados sobre o novo combustível já na compra do veículo, pelas revendedoras e montadoras.
O ministro do Meio Ambiente, Norbert Röttgen, disse que a E10 contribui para a proteção climática e ambiental e para um menor consumo de petróleo. "Permanecer na dependência do petróleo não é uma solução", disse Röttgen, que citou a catástrofe ambiental no Golfo do México e os confrontos na Líbia como exemplos de problemas relacionados ao petróleo.
Ambientalistas e Partido Verde continuam criticando o projeto, dizendo que ele encarece os alimentos e não ajuda a preservação do ambiente. A indústria automobilística assegurou que 93% dos carros em circulação na Alemanha podem usar o novo combustível. A associação dos agricultores e o clube de motoristas ADAC também apoiaram a E10.
Antes da introdução da E10, a gasolina alemã tinha um percentual de 5% de etanol. Uma diretriz da União Europeia obriga os países-membros a usar 10% de energias renováveis no setor de transporte até 2020.
Como se vê, mais uma vez, para delírio dos ufanistas, o Brasil está à frente do "mundo desenvolvido". Aqui, os carros rodam com qualquer coisa: gasolina, etanol, gasolina misturada com etanol (até 25%, segundo a legislação). Graças à tecnologia "flex" desenvolvida no país mesmo.
É, as nossas carroças, pelo menos nesse ponto, são fantásticas.

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