Essa confusão toda em torno dos direitos de transmissão dos jogos do Brasileirão de 2012 realça a impressão de que a cartolagem brasileira continua a mesma, amadora na gestão de seus clubes, e extremamente profissional na condução de seus próprios negócios.
Os argumentos dos dirigentes para a escolha da Globo são risíveis. Alegam, principalmente, que seus patrocinadores exigem aparecer na rede. Tremenda mentira, já que se há uma coisa que a Globo não faz é exibir alguma marca que não seja da sua carteira de anunciantes.
Outra justificativa é a capacidade técnica da emissora. Ora, quem acompanha suas transmissões sabe que isso também é uma balela. O nível dos locutores e comentaristas é, no mínimo, medíocre. Em alguns casos, o que ali se escuta é um verdadeiro atentado ao vernáculo e à informação factual.
Logo, a pergunta que inevitavelmente surge é por que então esses cartolas que dizem amar seus clubes, sequer negociam com as outras redes interessadas em transmitir os jogos?
Será que o poder de sedução da Globo é tão intenso assim a ponto de despertar um grau tão profundo de paixão em todos eles?
Ou será que, por trás dessa decisão de receber menos existem outros motivos, inconfessáveis em público e acertados em detalhes no âmbito privado?
A novela está longe de terminar. Os próximos capítulos deverão se passar na esfera judicial, isso se, antes o governo, através de seus órgãos de defesa do consumidor e antitruste, não interferir.
Pois o que ocorre é, claramente, uma infração à normas mais elementares da livre concorrência.
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