No início da madrugada de hoje, por acaso, vi uns dois minutos do telejornal da Globo. Lá estava o analista econômico falando sobre a arrecadação de impostos federais do bimestre, explicando que o aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado era um absurdo, já que a economia do país havia aumentado "apenas" 7,5% em 2010. Isso, na sua opinão, referendada pelo apresentador da peça "jornalística", provava o quão cruel é a carga tributária imposta à população.
O comentarista econômico da Globo é um neoliberal de carteirinha, daquela turma que acha que o Estado só serve para atrapalhar os negócios dos bons capitalistas. Claro que um dos mantras que esse pessoal repete ad infinitum é esse da carga tributária perversa, que serve apenas para tirar o dinheiro do pobre coitado do contribuinte, já que, na cartilha desses indivíduos, o Estado não dá coisa nenhuma que preste em troca aos cidadãos.
Nada contra quem pensa dessa forma. Cada um é o próprio responsável pela quantidade de estupidez que carrega. O problema é que um telejornal de uma televisão aberta, que é uma concessão governamental, não deveria exibir matérias desse tipo, editada com a única finalidade de iludir o telespectador, com a intenção clara de induzí-lo a pensar de uma determinada maneira. Isso não é jornalismo, é propaganda - e mentirosa.
O tal comentarista, com tantos anos de experriência nas costas, está cansado de saber que a comparação que fez é absurda, primeiro porque os períodos de tempo são diferentes (crescimento do PIB de 2010 sobre 2009 e arrecadação de impostos de janeiro e fevereiro de 2011 sobre o mesmo período de 2010) e também porque PIB e arrecadação de impostos são coisas completamente diferentes. O que ele fez foi igualar o apetite do elefante ao do leão só porque os dois são mamíferos. O problema é que um é vegetariano e o outro é carnívoro.
Como cereja no bolo, o tal comentarista econômico provou a sua teoria de que, nessa questão de impostos o brasileiro não passa de um bobalhão que é enganado todo o tempo, com o exemplo mais que surrado do ICMS cobrado "por dentro" na conta de luz. É uma aberração, claro. Mas não foi invenção deste ou do governo passado. É mais um filho bastardo do absurdo sistema tributário brasileiro, um cipoal incompreensível de leis que ninguém - nem mesmo os políticos preferidos pelo tal comentarista econômico - quer mexer.
Desde que conheci a blogosfera deixei de me informar ou acreditar na grnde mídia . Eu ainda assisto alguns telejornais , porém não acredito em tudo oque dizem , principalmente quando o assunto é política ou economia.
ResponderExcluirUm exemplo gritante de como a mídia manipula a noticia para fazer prevalecer seu ponto de vista aconteceu esta semana , quando o " homen bom " Wuilian Waak , falava sobre Honduras . Ele usou o termo golpe e logo em seguida corrigiu para a palavra crise .
Ou seja , eles sabem oque aconteceu com Zelaia , más querem nos induzir a pensar que foi outra coisa .