Não existe exemplo mais transparente do que seja incompetência administrativa que o Metrô paulistano. A cada dia que passa diminui a velocidade dos trens, aumentam os problemas em todas as linhas e nenhum centímetro de trilho é acrescentado à malha.
O secretário metropolitano de Transportes, Jurandir Fernandes, anuncia que no meio do ano mais duas estações da Linha 4 serão inauguradas. Por enquanto, apenas duas funcionam, experimentalmente, algumas horas por dia. É óbvio que estão com problemas. O edital de licitação da Linha 5 foi para as cucuias, depois que a Folha denunciou que ele era um jogo de cartas marcadas. Tudo indica que o governador Geraldo Alckmin vai anular a licitação e abrir outra. Mais tempo perdido.
A Linha 4, a primeira a cruzar o rio Pinheiros, quando terminar irá ligar a Vila Sônia, na Zona Oeste, à Luz, de onde os passageiros poderão escolher outros destinos. Começou a ser construída em 2004. Segundo o secretário, todas as estações estarão prontas em 2014.
Como terá, no total, 12,8 quilômetros de extensão, é só fazer as contas para ver que, na média, por ano, estão sendo construídos 1.280 metros, ou 3,5 metros por dia. Isso porque o consórcio encarregado da obra reúne a nata da engenharia nacional, que utiliza os equipamentos mais sofisticados e mão de obra especialíssima. Ah, sem contar os bilhões de reais já gastos no trecho - e as sete vidas que se foram no acidente que ficou conhecido como o "buraco do metrô", em 2007, na estação Pinheiros.
O interessante de toda essa história é que há ainda gente que se mete a discutir os motivos que levaram o transporte público da capital a chegar à situação em que se encontra hoje, de absoluto caos.
Será que é tão difícil perceber que o que houve na metrópole foi tão somente - para não dizer outra coisa - a mais ampla e irrestrita incompetência administrativa?
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