sábado, 25 de dezembro de 2010

A velha pergunta

O Natal, para mim, é apenas um acontecimento cultural. Não sou religioso, mas acredito que todos os símbolos cristãos do Natal nos induzem a ser mais solidários, menos egoístas, seres humanos melhores, enfim.
Não tenho recordações de ter passado festas de fim de ano extraordinárias, inesquecíveis, cinematográficas. Quase todas, porém, foram ocasiões em que revi pessoas de quem gosto, me aproximei de outras com as quais não sou tão íntimo, conversei, ri, tive bons momentos. E também bebi boa bebida e comi boa comida - e isso já bastaria para dizer que esta é uma época especial.
É uma época também em que muitos de nós, tocados pela força contagiante das mensagens de boas-festas e feliz ano ano - e alguns copos a mais de vinho - ousamos fazer aquelas velhas perguntas que volta e meia ressurgem em nosso cérebro: "Afinal, o que estou fazendo aqui, qual o sentido disso tudo, para que serve a vida, se vou morrer um dia?"
Claro que não tenho uma solução para essa charada, nem ousaria dizer que alguém, algum dia, fora do campo religioso, já teve ou terá uma resposta definitiva para essas questões.
E foi justamente um ateu, talvez o mais famoso ateu do mundo, o cientista Richard Dawkins, quem deu, a meu ver, a mais pura e verdadeira explicação sobre esse mistério. Segundo ele, o homem está no mundo para estabelecer e alcançar objetivos, propósitos.
O desenvolvimento do cérebro e da linguagem proporcionaram a ele essa capacidade, que nenhum outro ser possui. Assim, em pouquíssimo tempo ele fez maravilhas, descobriu terras, saiu do planeta, investigou o átomo e as células, desenvolveu tecnologias capazes de matar a fome e prolongar a existência. Deu um sentido à vida além da própria Teoria da Evolução de Charles Darwin.
Nessa perspectiva, Dawkins, por não acreditar numa outra vida além desta, deseja que todos nós vivamos intensa e plenamente. Apenas isso, nada mais.
Parece pouco, mas é muito, se considerarmos todos os equívocos, os desastres, as misérias e o sofrimento que essa fantástica criação da natureza que é o homem já proporcionou à sua espécie e ao seu mundo.

3 comentários:

  1. Inspiradíssimo,hein?Gostamos muito

    Família Cohn e Fábio,o agregado

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  2. Quando penso nessas coisas, me vem a desconfiança que o ser humano foi sacaneado, algum fdp abandonou a gente aqui e deu no pé por algum motivo. Algum dia descobriremos...

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  3. Obrigada por mais esta. Motta!

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