segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mudanças

Domingo de plantão quase sempre é entediante. Até sobra tempo para um ou outro bate-papo com alguém que, durante a semana, mal se vê na redação. Sem futebol, o papo mais previsível é sobre política e temas afins.
- E aí, muita expectativa para o ano que vem?, pergunto ao experiente jornalista, grande repórter que já trabalhou nos mais importantes veículos da imprensa brasileira.
- Acho que não vai mudar muita coisa. O Brasil melhorou muito nesses anos. Há vários problemas pontuais, mas no geral melhoramos muito. Acho que o governo da Dilma vai continuar nessa direção.
E ele dá um exemplo didático dos motivos que o levam a ter essa percepção:
- Moro, há uns seis meses, em um apartamento do qual vejo a linha da CPTM, que é compartilhada com trens de carga. É impressionante a quantidade de vagões que passam de madrugada, aquele barulho das locomotivas diesel, a composição com dezenas de vagões cheios de areia... Areia é para a construção, certo? E eles estão indo para o interior... Também ouvi dizer que o rodoanel está cheio de caminhões nos dois sentidos, de Santos para o interior e do interior para Santos. É a economia, você sabe disso...
Concordo. E ele, antes de se despedir, conta mais uma:
- E ainda tem gente perguntando sobre porque a Dilma ganhou. Olha, alguns meses antes da eleição, eu conversava com dois funcionários do meu condomínio e eles me diziam que haviam parado de enviar a parte do salário que mandavam todo mês para seus parentes no Nordeste. É que não precisava mais: o pessoal havia arranjado emprego, não precisava mais da ajuda. E isso deve ter acontecido com milhares de pessoas. O dinheiro sobrava para eles aqui, entrava lá no Nordeste, as pessoas passaram a comer melhor, se vestir melhor, a mulher parou de reclamar que não sobrava nada para ela... Foi uma mudança extraordinária que ocorreu, graças à política de aumento do salário mínimo, da Previdência Social, dos programas sociais. Uma mudança que começou ali na base.
Uma mudança, espero, que tenha continuidade a partir de janeiro.

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