Segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), o clube dos países mais ricos do mundo, a circulação dos jornais no grupo formado por China, Índia, Indonésia, África e Brasil, cresceu 35% entre os anos 2000 e 2008.
Para a consultoria PriceWaterhouseCoopers, o Brasil liderou o crescimento em termos de gastos com a mídia na América Latina nos últimos anos e é provável que eles continuem crescendo quase 9% ao ano até 2014.
São ótimas notícias para o setor.
Pena que não se reflitam nos jornalistas. De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, na primeira reunião da campanha salarial deste ano os patrões da capital ofereceram à categoria um "reajuste" de 4,5% para salários até R$ 7 mil, e um fixo de R$ 315 para quem ganha mais que isso, o que não cobre nem a inflação dos últimos 12 meses. O sindicato pede 8,47% de aumento.
O piso atual dos jornalistas paulistas da região da capital é hoje de R$ 1.833, o equivalente a 3,6 salários mínimos. É menos do que recebem, por exemplo, os engenheiros (6 mínimos), farmacêuticos (4,9), advogados (4,5), soldador da construção civil (4,2) e enfermeiros (3,7). Como consolo, os jornalistas ganham mais que os professores, que ganham o equivalente a 2,7 salários mínimos.
O pouco caso dos patrões com a sua mal remunerada mão de obra explica-se, entre outras coisas, pelo fato de, há um ano, o Supremo Tribunal Federal ter decidido que não era mais preciso que jornalista tivesse curso superior específico - o que, na prática, acabou com a profissão.
Hoje, até um analfabeto pode ser "jornalista" - e ser contratado por qualquer empresa do setor. O principal requisito para o cargo é aceitar as regras do jogo, que, entre outras, incluem ganhar pouco, trabalhar muito e obedecer cegamente as ordens que vêm de cima.
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