sexta-feira, 2 de abril de 2010

O Estado totalitário (2)

Aceitar o contraditório é uma das marcas da democracia - assim como o respeito às minorias. Dialogar com quem não concorda com suas ideias deveria ser um dos princípios pétreos dos regimes democráticos. Reconhecer que nem todos pensam da mesma forma - e por isso têm o direito de se manifestar contra ações que os desagradem, ou, de alguma forma, os prejudiquem - teria de ser uma obrigação para todos os que exercem cargos públicos.
O que de fato ocorre, porém, é muito diferente do mundo idealizado por quem pretende viver numa sociedade menos injusta. Tome-se o exemplo de São Paulo, o Estado mais rico da federação brasileira, cantado e louvado como a "locomotiva" do país.
Uma greve de professores transforma-se num espetáculo deprimente de repressão policial - o Estado promove um show de intolerância, uma repetição de cenas habituais do pior período da história brasileira.
Não há nada que justifique uma atitude dessas - infiltrar agentes provocadores entre os manifestantes, criar conflitos que resultem em ações "defensivas", manipular a imprensa e a opinião pública, agredir fisicamente os servidores públicos!
Um governante que faz coisas desse tipo não tem a menor noção do que é viver numa democracia e merece todo o repúdio de quem pretende ajudar na construção de um país em que os direitos básicos dos cidadãos sejam uma garantia e não uma simples concessão do governante de plantão.

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